Professores e entusiastas de tecnologia falam sobre o assunto
O avanço tecnológico tem provocado mudanças profundas em diversos setores e a educação é um dos que mais sente seus efeitos. Da alfabetização às salas de aula do ensino médio, ferramentas digitais vêm transformando a forma como alunos aprendem, professores ensinam e escolas se organizam. Plataformas de aprendizagem, recursos de realidade aumentada e inteligência artificial são apenas alguns exemplos de inovações que já fazem parte do cotidiano escolar.
Apesar de não existir uma democratização plena do acesso à internet no Brasil, o designer e educador de tecnologia na ABA Maple Bear, Fabiano Palácio, acredita que, entre aqueles que já têm acesso, há sim uma mudança profunda em curso. “Hoje, um estudante pode assistir a uma palestra internacional, criar um projeto colaborativo em rede e explorar o mundo por meio de simulações virtuais. Isso cria novas formas de engajamento e também novos desafios éticos e cognitivos”, comenta.
O impacto da tecnologia vai além dos equipamentos e aplicativos, alterando também as relações humanas e o papel do professor. “O maior desafio não é técnico, mas pedagógico e cultural. Muitos professores foram formados em modelos centrados na transmissão, e agora precisam atuar como mediadores, designers de experiências e curadores de informação”, avalia Fabiano.
A tecnologia pode substituir o papel do professor?
Para Pablo Vilela, também professor da ABA Maple Bear, a tecnologia, como IA por exemplo, pode automatizar tarefas, mas não substitui a dimensão humana do ensino, o olhar sensível, o acolhimento, a capacidade de inspirar e provocar reflexões críticas. “É na sala de aula que ocorre a adaptação estratégica do conteúdo. O professor observa, ajusta o conteúdo, percebe quando o aluno precisa de reforço ou está pronto para avançar”, explica.
Nova realidade
Com isso, as instituições de ensino se encontram em um cenário onde a adesão da tecnologia é imprescindível para atender o novo perfil estudantil, mais dinâmico e conectado. Na escola bilíngue ABA Maple Bear, o uso de ferramentas, como Canva, Genially, iMovie, Keynote e GarageBand, permite que os alunos criem narrativas multimodais em inglês, estimulando vocabulário, escuta e pronúncia de forma orgânica, além de estimular a expressão criativa e o conhecimento compartilhado.
“O estudante deixa de ser apenas consumidor de conteúdo para se tornar criador, produzindo podcasts, vídeos e revistas digitais. Quando bem integrada ao currículo, a tecnologia desperta o protagonismo e dá sentido concreto ao aprendizado”, afirma Fabiano.
Equilíbrio
Ainda assim, a discussão sobre o uso responsável da tecnologia na educação permanece em aberto. O excesso de estímulos digitais pode comprometer o foco e a capacidade de reflexão dos estudantes. Por isso, os profissionais orientam que é preciso equilibrar, para que o digital seja aliado do aprendizado e não um substituto do pensamento humano. “A integração equilibrada entre orientação humana e ferramentas digitais é o caminho para um aprendizado mais rápido, eficiente e conectado às demandas atuais”, defende o professor Pablo Vilela.
“Vivemos em uma era de dispersão permanente. É preciso promover momentos de desconexão intencional, como leituras offline, rodas de conversa ou práticas de escrita manual, e ensinar estratégias de gestão do tempo e atenção”, recomenda Fabiano. Além disso, é importante a participação dos pais e familiares no processo de educação dos filhos, especialmente na era digital, facilitando a comunicação com a escola e acompanhando o desenvolvimento das crianças e adolescentes.






















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