O calcanhar de maracujá é o nome popular dado a miíase cavitária. A infestação é causada pela larva da mosca-varejeira na pele e aparece de acordo com a época do ano, sendo mais comum ocorrer em países tropicais e subtropicais. Esta doença tem cura mas é preciso seguir corretamente o tratamento proposto pelo médico e manter as moscas-varejeiras afastadas.
Tipos
Existem três tipos de miíase:
Miíase furuncular: similar a uma espinha
Miíase migratória: similar ao bicho geográfico
Miíase cavitária: aparece em feridas abertas e câncer de pele
Os diferentes tipos de miíase podem ter origem através da miíase primária ou secundária:
Miíase primária: os ovos (que viram larvas) são depositados pelas moscas na pele, roupas úmidas, terra ou areia
Miíase secundária: o desenvolvimento larval se dá em peles que não estejam saudáveis e apresentem feridas com necrose ou ulcerações (como câncer de pele ou leishmaniose)
Causas
O calcanhar de maracujá é causado pela larva das moscas da ordem dos artrópodes Diptera. As larvas em desenvolvimento infestam a pessoa e pode atingir vários órgãos, sendo a pele o mais comum. As moscas mais comuns associadas a esta doença são Dermatobia hominis (varejeira humana), Cordylobia anthropophaga (mosca tumbu) e Phaenicia sericata (mosca verde). Contudo, há uma infinidade de outras espécies que podem causar a doença. A forma de transmissão para o ser humano depende da espécie da mosca.
Sintomas
Os sintomas do calcanhar de maracujá depende do tipo de miíase.
Miíase furuncular: se assemelha a uma espinha ou furúnculo, com uma abertura central, mas em vez de sair pus, sai um líquido serossanguinolento quando espremido. Os pacientes sentem desde leves picadas até dores muito agudas, como pontadas, no local da infestação.
Miíase migratória: o aspecto se assemelha ao bicho geográfico, só que aqui as larvas são um pouco maiores e se movem mais lentamente. A sensação de queimação, coceira e dor também pode estar presente.
Miíase cavitária: é possível visualizar as larvas se movendo no fundo da ferida e, dependendo do tipo de larva envolvida, pode haver destruição de tecidos, perda de partes da pele, acometimento de tecidos e órgãos mais profundos e até mesmo morte. De forma geral, pode haver lesões vermelhas, dolorosas e que parecem furúnculos. Mais raramente podem ser acometidos pulmões, intestino, seios da face, meninges, olhos, nariz e orelhas. Nesses casos, os sintomas estarão relacionados a estes órgãos.
Buscando ajuda médica
Ao detectar algum dos sintomas, procure um dermatologista, cirurgião geral ou clínico. Como as lesões cutâneas são as mais comumente encontradas, prefira procurar inicialmente um dermatologista. Este especialista pode e deve investigar se outros órgãos podem também estar acometidos.
Tratamento de Calcanhar de maracujá
Para curar-se dessa doença, é extremamente importante seguir seriamente o tratamento indicado pelo especialista e evitar ao máximo o contato com o inseto transmissor da doença. O tratamento é feito com asfixia da larva, que é espremida pelo(a) dermatologista por meio de técnicas corretas. Ou seja, geralmente é feita a extração manual das larvas.
A remoção do tecido local necrosado (em uma técnica chamada de desbridamento cirúrgico) é necessária apenas em caso de infestação maciça em úlceras. Como a eliminação das larvas não é tão simples como pode parecer, não é recomendado qualquer opção de tratamento caseiro para essa doença.
Prevenção
Dependendo da larva envolvida e do ciclo de vida da mosca, os mecanismos para prevenção são diferentes. Algumas moscas depositam os ovos na areia ou em roupas que ficam secando ao ar livre, enquanto outras depositam sobre outros insetos. Por isso, se atente para alguns cuidados:
* Utilize repelentes
* Utilize mosquiteiros
* Evite ambientes com moscas, pois elas podem depositar ovos e larvas em roupas, areia, terra, úlceras, orifícios corporais e, inclusive, pele sã.
* Não colocar as roupas para secar em contato com o solo
* Mantenha os cuidados necessários com as feridas
* Mantenha boa higiene.
* Mais sobre Calcanhar de maracujá.
Referências
Dermatologista Tatiana Gabbi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
Dermatologista Cristiano Kakihara, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)
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