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Páscoa: Tradição Cristã com Raízes Judaicas e Influências Pagãs


A Páscoa é uma das celebrações mais significativas do calendário cristão, comemorando a ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, sua origem e suas manifestações atravessam fronteiras religiosas e culturais, reunindo elementos judaicos e até mesmo tradições pagãs em sua construção simbólica.

A Páscoa no Cristianismo

Entre os cristãos, especialmente os católicos, a Páscoa representa o ponto culminante da fé: a vitória da vida sobre a morte com a ressurreição de Jesus. A preparação para a data começa com a Quaresma, período de 40 dias de reflexão e penitência, que antecede a Semana Santa. Durante essa semana, são comuns as procissões, as missas especiais e as encenações que retratam o sofrimento, a crucificação e a ressurreição de Cristo.

Uma das tradições mais populares nessa época é o presente de ovos de chocolate. Embora hoje bastante associada ao comércio, essa prática tem raízes antigas. Historiadores apontam que povos germânicos e celtas já celebravam festivais da fertilidade com ovos e coelhos, em rituais dedicados à deusa Ostara – símbolos que foram posteriormente incorporados à festividade cristã.

A Visão Evangélica

Nas igrejas evangélicas, a Páscoa também é celebrada como o momento da morte e ressurreição de Jesus. A diferença está, geralmente, na forma das celebrações, que variam entre as denominações. Cultos especiais, com louvores, pregações e encenações, são comuns, sempre com foco na mensagem da salvação e da vida eterna.

Tradições Judaicas

Muito antes da era cristã, os judeus já celebravam o Pessach, que significa "passagem". Esta festa relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, sob a liderança de Moisés. A celebração é marcada por um jantar cerimonial chamado Sêder, onde são lidos trechos do Hagadá, livro que conta a história do Êxodo. O Pessach é uma celebração familiar, rica em simbolismos, que reforça a identidade e a fé judaica.

Religiões de Matriz Africana

No candomblé e na umbanda, a Páscoa não faz parte do calendário religioso. Como essas crenças não se baseiam na figura de Jesus Cristo, suas celebrações seguem outro ritmo e outro entendimento espiritual, centrado nos orixás e nas forças da natureza. Rituais, oferendas e festas específicas são realizados conforme o calendário próprio de cada tradição.

O Espiritismo e a Imortalidade da Alma

Já no espiritismo, codificado por Allan Kardec, a Páscoa não é celebrada como data litúrgica. Para os espíritas, a ressurreição de Cristo simboliza a continuidade da vida após a morte física. O foco está na imortalidade da alma e na evolução do espírito, pilares centrais da doutrina.

Uma Celebração com Múltiplas Faces

A Páscoa, portanto, ultrapassa a ideia de uma celebração única. Ela é ressignificada conforme a fé de cada grupo, sendo um ponto de convergência de diversas tradições religiosas e culturais. Seja como símbolo de renovação espiritual, libertação ou transformação, a Páscoa continua a ser um momento de reflexão profunda sobre a vida, a fé e a esperança.

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