Em 1988, durante a exibição da primeira versão da novela Vale Tudo, foi lançado um concurso nacional envolvendo o enigma mais célebre da teledramaturgia brasileira: quem matou Odete Roitman? Para quem acertasse a resposta, havia prêmios em dinheiro.
A vencedora foi Laura Boaventura Andrade, uma menina mineira de apenas 14 anos, que apostou na personagem Leila (vivida por Cássia Kis) como autora do crime. Com isso, ela ganhou 5 milhões de cruzados — valor que, convertido para os padrões atuais, corresponderia a cerca de R$ 110 mil.
Esse prêmio fez diferença na vida de Laura e de sua família: ela o utilizou para pagar a escola, quitar dívidas e até comprar um videocassete, um sonho de consumo da época.
O confisco no Plano Collor
Embora o prêmio tenha sido ganho, parte dele foi posteriormente bloqueada em decorrência das medidas do Plano Collor, implementado em 1990 pelo então presidente Fernando Collor de Mello.
No plano econômico, foi instituído um feriado bancário de três dias e, quando os bancos reabriram, houve limitação nos saques: as pessoas só podiam sacar até 50 mil cruzados novos. Além disso, valores depositados em cadernetas de poupança foram bloqueados por 18 meses, com correção limitada e juros de 6 % ao ano.
Laura relatou que parte do dinheiro que havia sido guardado foi bloqueado com essas medidas, reduzindo o montante efetivamente disponível para ela e sua família.
A memória do concurso
Em entrevistas posteriores, Laura contou que escrevia cartas com o nome de Leila como a responsável pelo crime, acompanhada de muita expectativa e oração. Ela dizia que queria ajudar sua mãe com o prêmio e que ver a alegria dela foi “o melhor de tudo”.
O concurso, patrocinado pela marca Caldos Maggi, marcou uma época em que as interações entre novelas e público tinham mais esse tipo de promoção.
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