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Rádio Tupi: 90 anos de história, vozes e transformações



No dia 25 de setembro de 1935, estreava no Rio de Janeiro a Rádio Tupi, sob o prefixo PRG-3, idealizada por Assis Chateaubriand, como a primeira emissora de rádio dos Diários Associados. A inauguração foi marcada por uma série de eventos simbólicos, como a participação de índios do povo Parecí para gravar o prefixo, sob direção de Lucília Villa-Lobos, e a presença de Guglielmo Marconi, inventor do rádio. (Agência Brasil)

Inicialmente os estúdios ficavam no bairro Santo Cristo e o primeiro transmissor, de 10 kW, foi importado da Inglaterra. O nome “Tupi” e o apelido “Cacique do Rádio” foram adotados para ressaltar o caráter nacional, a brasilidade e espírito pioneiro da emissora. (Agência Brasil)

Evolução ao longo das décadas

Décadas de 1930 a 1950

  • Logo após sua inauguração, a emissora investiu em música, orquestras, corais, grandes vozes e produções radiofônicas. Ela se tornou um espaço importante para entretenimento, cultura e para a consolidação do rádio como meio de massa. (Agência Brasil)

  • A programação incluía grandes nomes, com espaços para rádio‐teatro, vozes artísticas e produções que atingiam públicos de várias regiões, estendendo recepção de norte a sul do país. (Agência Brasil)

Décadas de 1960 a 1980

  • Nos anos 60-70-80, a Tupi teve importantes comunicadores e programas de grande audiência: Paulo Barbosa, Paulo Lopes, Cidinha Campos são alguns deles. (FGV)

  • Foi também um período de consolidação do rádio informativo, esportivo e de variedades, com forte presença junto ao público carioca. (FGV)

Anos 1990 até início do século XXI

  • Em 1996, destaque para o “Patrulha da Cidade”, noticiário policial dramatizado, que já existia há décadas e continuava sendo um dos programas de sucesso da emissora. (FGV)

  • A partir de 1997, a Tupi passou a transmitir pela internet, com serviço de multimídia, expandindo seu alcance além do rádio convencional. (Câmara RJ Mail)


Marcos mais recentes e inovações

  • Em 2003, depois de décadas, a Rádio Tupi assumiu a liderança de audiência no Rio, encerrando uma hegemonia duradoura de sua concorrente direta, Rádio Globo. Desde então, mantém-se entre as líderes. (Aplicnt)

  • Em 2005, ao completar 70 anos, a Tupi inaugurou o primeiro transmissor digital do rádio brasileiro, instalado na ilha de Itaóca, em São Gonçalo. (FGV)

  • Em 1º de junho de 2009, passou a transmitir também em FM, na frequência 96,5 MHz. Isso permitiu melhor qualidade de som e sinal, especialmente em ambientes internos. (Aplicnt)

  • Também foram lançados serviços on-demand, como o TupiMais, que disponibiliza programas e integras, inclusive de transmissões esportivas, para quem quiser ouvir depois. (Aplicnt)


Situação atual aos 90 anos (2025)

  • Em 2025, a Super Rádio Tupi celebra 90 anos com eventos, shows, serviços à população especialmente na Baixada Fluminense, destacando seu vínculo com ouvintes e comunidade. (sitedabaixada.com.br)

  • Mantém programação diversificada: jornalismo, entretenimento, esportes (futebol em destaque), humor etc. Comunicadores experientes e programas tradicionais convivem com novas vozes.

  • Em estratégias de expansão de alcance e visibilidade, a Tupi estreou um formato “rádio-TV”: parte de sua programação sendo transmitida também por televisão, no canal TV Max, o que permite ao público assistir os programas do rádio do estúdio. (Diário do Rio - Quem Ama o Rio Lê)

  • Sobre infraestrutura, há planos de modernização. A emissora pretende mudar ou inaugurou novos estúdios mais modernos, inclusive com promessa de ser um dos maiores e mais modernos do país. (audienciacarioca.com.br)

  • Também há preocupação com a preservação da memória da emissora: digitalização de acervos, documentação histórica, retomada de programas que marcaram época. (FGV)


Desafios

  • Crise financeira enfrentada pelo grupo Diários Associados afeta operações e infraestrutura. (Aplicnt)

  • O antigo prédio da Rádio Tupi em São Cristóvão sofreu com abandono ou obras mal conduzidas, resultando em incidentes: por exemplo, em 2023 o prédio desabou parcialmente. (O Dia)

  • A concorrência com outros meios (rádio, streaming, podcasts, redes sociais) exige constantes inovações de conteúdo, formatos e presença digital. Manter relevância para audiências mais jovens é um desafio permanente.


Legado e importância

A Rádio Tupi é muito mais que uma emissora: é parte da memória cultural carioca e brasileira. De programas de auditório, rádio-teatro e música lírica nos primeiros anos, passando pelo jornalismo e transmissão esportiva que marcaram gerações, até a presença digital, televisão e FM, seu papel tem sido de expressar a cultura, as vozes do povo e as transformações do país.

Neste sentido, completar 90 anos não é apenas atingir uma marca cronológica: é reafirmar uma capacidade de se adaptar, renovar-se, mas também de preservar identidade, memória e compromisso com quem ouve.


Depoimentos de comunicadores

Clóvis Monteiro

  • Ele celebra mais de 23 anos à frente de seu programa matutino na Tupi. Ele conta que começou na rádio ainda nos anos 80, como folguista, locutor de chamadas, de comerciais, depois ganhou programa aos domingos. (audienciacarioca.com.br)

  • Sobre o público, Clóvis fala de “descobrir” a audiência da manhã, tornar sua linguagem acessível para quem está despertando, quem ouve no trânsito, quem está começando o dia. (audienciacarioca.com.br)

Josémar Gimenez (presidente dos Diários Associados / Super Rádio Tupi)

  • Em entrevista, ele comentou que realizaram uma pesquisa com cerca de 2.500 pessoas em comunidades do Rio para mapear melhor a audiência. Ele enfatiza que muitos ouvintes não são contabilizados por pesquisas tradicionais (como IBOPE) nessas áreas, mas que a Tupi tem forte presença nessas comunidades. (Jornal Correio da Manhã)

  • Ele também destacou o papel da rádio no combate às fake news — muitos moradores dessas comunidades confiam no que escutam na rádio como fonte confiável de informação. (Jornal Correio da Manhã)


Relatos de ouvintes

Pesquisa em favelas

  • Segundo levantamento do instituto Data Favela, realizado em favelas cariocas, aproximadamente 975 mil pessoas conhecem a marca “Rádio Tupi”. Destas, cerca de 885 mil declararam tê-la ouvido nos últimos 12 meses. (audienciacarioca.com.br)

  • Também, é grande o percentual que avalia a programação como boa ou ótima. Esse tipo de retorno indica que, para muitas pessoas, a Tupi não é apenas uma emissora de rádio: é parte da rotina, seja para se informar, para ouvir música, acompanhar esportes ou simplesmente como companhia.

Evento público — ExpoRio Turismo 2025

  • No stand da Super Rádio Tupi na exposição, ouvintes se encontraram com comunicadores. Uma senhora chamada Lúcia Ribeiro, empregada doméstica e residente em Japeri, comenta:

    “Ouço o Mário às 4h, depois o Patrulha e a Boneka. Amo a Cidinha Campos! Tenho orgulho de ter tirado foto com todos aqui da Tupi”

  • Rafael Poubel, de Trajano de Moraes, foi ao evento especialmente para acompanhar a transmissão do programa da Boneka e participar presencialmente do encontro com locutores.


Significados desses depoimentos

Com base nos relatos:

  • Identificação pessoal: muitos ouvintes falam de programas, comunicadores e horários que marcam suas rotinas, seja de madrugada, de manhã, no trânsito, em casa. A rádio funciona como presença constante.

  • Confiança como fonte de informação: em áreas com pouco acesso a outros meios confiáveis, a rádio se destaca pelo papel de transmitir notícias com credibilidade.

  • Comunidade e proximidade: o fato de ouvintes conhecerem os comunicadores, participarem de eventos, sentirem-se representados pelas falas no ar, dá à rádio um valor além do entretenimento — algo social, emocional.

  • Adaptação tecnológica: com pesquisas mostrando alcance via FM, via app e web, bem como eventos presenciais, há uma ponte entre o tradicional e o moderno que permite à Tupi permanecer relevante para ouvintes de várias idades e contextos.

Histórias de ouvintes enfrentando dificuldades

  1. Telma, de Duque de Caxias — perda de filha e esperança na fé
    Telma participou do quadro “A Música da Sua Vida”, do Programa Alexandre Ferreira. Ela contou que perdeu uma filha, viveu um momento de questionamento profundo, inclusive sobre a existência de Deus. Nesse luto, ela encontrou consolo na fé. A música “Jesus Salvador”, de Roberto Carlos, foi uma referência para ela, ajudando-a a atravessar parte da dor. Super Rádio Tupi

  2. Rosângela — família, desistência e uma música que resgatou
    Outro relato que também apareceu no quadro “A Música da Sua Vida”. Rosângela vivia uma situação difícil: estava separada num relacionamento complicado, com três filhos para criar, e em determinado momento considerou dar um dos filhos. Ela mesma disse que chegou a pensar em desistir. Mas ela lembrou que a música “Lilás”, de Djavan, lhe trouxe força, esperança e a ajudou a “salvar” a família — ou seja, influenciou condições para que ela permanecesse firme em seus laços familiares. Super Rádio Tupi


Significado desses relatos

Essas histórias mostram:

  • A música como gatilho de emoção e recuperação: Não é só a letra, mas a memória, a familiaridade, o momento em que se está ouvindo, que fazem a diferença. Ouvir uma música que “fala à alma” pode resgatar forças, fazer o ouvinte se sentir menos sozinho.

  • O espaço de fala do ouvinte: Programas com participação do público, como “A Música da Sua Vida”, são font es de expressão afetiva, de partilha — formas de se ver acolhido, percebido, ouvir que há outros que entenderam ou passaram por dores parecidas.

  • Rádio como presença constante: Em momentos de crise ou solidão, para quem está em casa ou não tem com quem falar, a rádio pode representar companhia, consolo e até voz amiga.


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