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Consumo das famílias recifenses registra novo recuo em junho, mas permanece em zona de otimismo



Índice geral das famílias com até dez salários mínimos apresentou quarto mês consecutivo de queda, -3,7% entre fevereiro e junho

O Índice de Consumo das Famílias (ICF) do Recife registrou 101,0 pontos em junho de 2025, apontando leve retração de 0,5% em relação ao mês anterior. É o que mostra o recorte local feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), da pesquisa calculada nacionalmente pela CNC. Apesar da queda, o índice permanece acima da linha dos 100 pontos, que delimita a zona de otimismo. A variação negativa foi influenciada principalmente pela percepção de redução no consumo atual e menor perspectiva de consumo nos próximos meses.

A análise por faixa de renda revela que os domicílios com rendimento superior a 10 salários mínimos continuam demonstrando maior propensão ao consumo, com índice de 124,2 pontos, frente aos 98,8 observados entre as famílias com renda até dez salários mínimos. Enquanto as classes de maior poder aquisitivo mantêm patamares historicamente elevados de otimismo, os demais grupos sinalizam cautela diante das condições econômicas atuais.

O momento para aquisição de bens duráveis apresentou a maior variação positiva entre os componentes do ICF em junho, com alta de 2,6% em relação ao mês anterior. Apesar disso, o indicador permanece abaixo da linha de satisfação, especialmente entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, das quais 50,6% consideram o momento atual desfavorável para a compra de eletrodomésticos e outros bens de maior valor. Em contraste, entre os domicílios com renda superior a dez salários mínimos, 40,5% avaliam o cenário como propício para esse tipo de aquisição, o que reforça a diferença de percepção entre os estratos de renda.

Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac destacou que o no índice precisa ser interpretado com cautela. “Ainda que o ambiente inflacionário apresente desaceleração e a inadimplência venha apresentando sinais de alívio, a taxa de juros elevada e a instabilidade no cenário internacional seguem influenciando o comportamento das famílias. Há uma disposição ao consumo, mas ela convive com a necessidade de planejamento financeiro mais rigoroso, sobretudo entre as classes de menor renda”. Avalia o presidente.

Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE explica a pesquisa: “Observa-se uma continuidade no descompasso entre as percepções de consumo das diferentes faixas de renda. As famílias com rendimento superior a dez salários mínimos mantêm indicadores em patamares mais elevados, devido maior estabilidade no emprego formal e acesso facilitado ao crédito. Já os domicílios de menor renda seguem demonstrando maior sensibilidade às restrições orçamentárias, ainda que haja melhora na percepção sobre a renda atual. Esse comportamento explica que o consumo tende a se recuperar de forma desigual”. Analisa.

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