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Exposição que celebra o centenário de Corbiniano Lins é prorrogada no RioMar Recife



Devido ao sucesso desde a sua estreia, a exposição “100 anos de Corbiniano Lins – a festa” foi prorrogada e ficará em cartaz até o dia 30 de março no RioMar Recife, com acesso gratuito. O projeto celebra o centenário de nascimento de um dos mais importantes artistas negros da arte moderna e contemporânea de Pernambuco. Instalada na Praça de Eventos 2, localizada no Piso L1, a exposição conta com cerca de 80 obras de Corbiniano Lins, inclusive com 50 delas disponíveis para venda.

Corbiniano Lins faria 100 anos em março deste ano e, para celebrar o centenário de nascimento do artista, a exposição é um projeto que tem como princípio a democratização da história e arte do artista, que desenvolveu trabalhos em técnicas diversas, tendo se popularizado pelas esculturas em alumínio fundido espalhadas pelo Recife e outras capitais do Nordeste. Integrante do Ateliê Coletivo nos anos 50, liderado por Abelardo da Hora, Corbiniano colaborou com artistas como Zé Claudio, Brennand, Samico, entre outros.

“Está sendo muito importante para mim e meus familiares trazer uma exposição desse porte para o RioMar Recife, empreendimento que comporta vários públicos que estão tendo a possibilidade de ter contato com a vida e obra de Corbiniano. Muitas pessoas passam pelas obras de Corbiniano e não sabem que são dele, então fazer um evento como esse no shopping é uma novidade e tem sido muito gratificante”, Chico Lins, filho de Corbiniano Lins.

O projeto inclui obras e a história do artista, oferecendo uma experiência enriquecedora e educativa, destacando-se também na preservação e valorização da herança cultural de Pernambuco e do Recife dentro da história das Artes Visuais. A exposição conta sempre com dois educadores presentes, para orientação dos conteúdos educativos e simbólicos.

“A exposição no RioMar Recife possibilita ao público ter acesso de forma democrática à cultura. O RioMar sempre apoia a cultura e as iniciativas das mais diversas formas de expressão, na arte, na música, dança, literatura, e fica o convite para o público visitar a exposição”, afirma Denielly Halinski, gerente de Marketing do RioMar Recife. 

O projeto “100 anos de Corbiniano Lins – a festa!” ganha esse nome por conta do álbum de serigrafias: Recife de janeiro a janeiro, de 1974, encontrado durante a pesquisa curatorial, com 10 serigrafias pouco vistas pelo grande público e um texto de Hermilo Borba Filho que leva o título “Corbiniano: a festa”. A exposição conta com a curadoria de Bruna Pedrosa e educativo elaborado por Carol Corrêa, colaboradoras do artista ainda em vida.

“A exposição é uma festa em homenagem à memória de Corbiniano Lins e ao legado artístico que ele deixou. Ele era um multiartista que tralhava com linguagens diversas, sendo bom em todas elas. A exposição busca mostrar isso, apresentando ao menos uma obra de cada técnica e dando protagonismo às serigrafias, pouco vistas pelo público, uma vez que não existe uma catalogação da obra do artista, além das esculturas em alumínio fundido com variados temas, pelas quais ele é mais conhecido”, detalha Bruna Pedrosa. 

O objetivo da exposição é proporcionar oportunidades significativas de aprendizado, engajamento e apreciação artística para os visitantes de todas as idades, gênero, raça, classe e níveis de familiaridade com a arte. Dessa forma, "100 anos de Corbiniano Lins - a festa!" não se limita a uma celebração estática, mas propõe-se a ser um percurso dinâmico, permeado por uma grande exposição-festejo, ampliando assim o impacto do legado artístico de José Corbiniano Lins para uma audiência diversificada.

Serviço:
“100 anos de Corbiniano Lins – a festa!”
Data: até 30 de março
Local: Praça de Eventos 2 no Piso L1 do RioMar Recife.
Acesso gratuito

Sobre o artista e sua obra
Um homem simples, de poucas palavras e mãos incrivelmente habilidosas. Assim era José Corbiniano Lins, um pernambucano que viu a timidez ser rompida pela arte. Nascido em Olinda, no dia 2 de março de 1924, ele sentiu a necessidade de expressar os sentimentos aos oito anos, quando desenvolveu o gosto pelos desenhos, quadros e gravuras. A brincadeira da infância passou a ser vista como profissão a partir dos estudos feitos por ele na Escola de Aprendizes Artífices de Pernambuco (hoje, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE).

Em 1949, a pintura surgia como consequência. Integrante do Atelier Coletivo de Olinda, onde ao lado de Abelardo da Hora, Reynaldo Fonseca, Samico e Celina Lima Verde fez parte do movimento de Arte Moderna do Recife na década de 50, Corbiniano descobriu no barro outra paixão: a de esculpir. E, assim, passou a criar as peças que consagrariam o nome dele na lista dos mais importantes escultores da arte contemporânea do século.

No ateliê do artista, era possível descobrir que não havia segredos, nem técnicas avançadas para ter peças tão bonitas e expressivas. Tudo era muito simples e prático. Um papel e um lápis e os desenhos saiam livremente, dali viravam uma matriz de serigrafia, um entalhe, uma tapeçaria, uma pintura em azulejo ou em tela e sobretudo, utilizando-se de uma faca de cozinha comum, o olindense dava forma para novas criações no isopor para, em seguida, através da técnica da forma perdida, dar vida às tão conhecidas esculturas de alumínio fundido.

Entre tantos personagens feitos por ele, a figura da mulher merece destaque. Negras, alongadas e de formas sinuosas, elas provocam encantamento no primeiro olhar. Algumas delas, em tamanho natural ou ainda maiores, podem ser vistas espalhadas em edifícios pela cidade do Recife. Corbiniano chegou a participar de diversas exposições coletivas e individuais em galerias, museus, espaços culturais e salões em várias cidades brasileiras, na Europa e na América Latina.

O trabalho do artista pode ser conferido em prédios públicos, praças, estabelecimentos comerciais e residências. Ele criou a Sereia do Mirante, em Maceió (AL), o painel do edifício do Fórum de Campina Grande (PB) e os monumentos do Vaqueiro e o de Iracema, em Fortaleza (CE). Pintou ainda os painéis em azulejo sobre as Revoluções Pernambucanas de 1817 e 1848 e fez uma escultura de Santo Amaro, para a Biblioteca Municipal, no Recife (PE). Corbiniano é o criador do troféu para o Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo, instituído pelo Sindicato de Jornalistas de Pernambuco.

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