Arte urbana feita pela artista Minura no CEU Butantã (SP)
No dia 27 de março é comemorado o Dia Internacional do Graffiti. Presente no Brasil desde os anos 60 e 70, incorporada à cultura hip hop, o graffiti é uma expressão artística urbana bastante associada às periferias brasileiras e é uma ferramenta política de democratização da arte nas cidades. Com a pintura nos muros, a população pode ter acesso direto à verdadeiras obras de arte à céu aberto.
Contudo, devido aos custos de materiais e a dificuldade de obter licenças para a produção de graffitis em muros ou empenas na cidade, historicamente, as mulheres e pessoas negras foram apartadas das grandes produções da cena do graffiti, sobretudo as que envolvem o patrocínio de marcas, que exigem contatos e ascensão financeira. Com isso, a Gentilização, produtora de arte urbana em grandes proporções, viabiliza artes feitas por homens negros, mulheres, pessoas indígenas, entre outros, participando ativamente da produção dessas artes.
A partir de uma curadoria voltada à artistas que propõe subverter o lugar da colonialidade branca, a produtora já fez mais de 30 murais pelo Brasil.
“A rua é um lugar de todos, então a arte urbana precisa refletir essa diversidade. Sobretudo no país, onde a maioria da população são as mulheres e pessoas negras, é fundamental que esses artistas também tenham acesso aos recursos necessários para produzir artes em grandes proporções na rua. A obra deles é mais do que agradável aos olhos, sugere reflexões importantes para a sociedade, como a força das mulheres negras, a importância dos catadores de lixo, a vida dos povos originários, entre outros temas”, conta Vera Nunes, fundadora da Gentilização, produtora de arte urbana em grandes proporções.
Trouxe esse viés de pauta, mas estamos disponíveis para outros recortes. Como por exemplo:
- A ascensão das mulheres no Graffiti
- A profissionalização do Graffiti (incluindo também o relacionamento do Graffiti com a publicidade e as marcas)
- O Graffiti e o olhar da arquitetura urbana
Entre outros.
Porta-vozes e grafiteiros/as disponíveis para entrevista:
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