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Projeto Mestres dos Saberes leva oficinas de artesanato para estudantes de escolas públicas de Limoeiro



Iniciativa tem como proposta valorizar a criação artística manual dos artesãos e artesãs do estado, e capacitar adolescentes e jovens para preservação, salvaguarda e memória da produção artesanal e cultura pernambucana

Cerca de 160 estudantes de escolas públicas da cidade de Limoeiro, vão participar,  a partir desta segunda-feira, 27, do Projeto Mestres dos Saberes - iniciativa que tem como proposta capacitar adolescentes e jovens para preservação, salvaguarda e memória da produção artesanal no estado. A iniciativa, que já contemplou mais de 400 alunos do ensino público, no Recife, agora, desembarca na região do agreste pernambucano.  O lançamento do projeto será realizado no Centro de Criação Galpão das Artes, localizado na rua Vigário Joaquim Pinto, n° 465, Centro, a partir das 10h. O evento acontecerá dentro das normas sanitárias contra o contágio da covid-19. 

O projeto, que tem como foco o artesanato, será ministrado por cerca de nove mestres, das regiões do Agreste, Zona da Mata Norte  e Região Metropolitana, ligados às várias artes da cultura pernambucana.  Juntos, artesãos e artesãs proporcionarão momentos de troca de conhecimento e produção de obras artesanais em madeira, barro, pintura, entre outros. Um trabalho de muitas mãos para instruir novos artesãos na cadeia criativa das culturas populares. 

Nesse contexto, a programação do Projeto Mestres dos Saberes contará com a realização de oito oficinas de artesanato, gratuitas, para um público de 20 jovens cada. As atividades serão realizadas no Centro de Criação Galpão das  Artes, local que é Ponto de Memória e Ponto Nacional de Cultura.  As aulas acontecerão em dias e horários programados. Todos os participantes vão receber lanche e fardamento, além de certificado de participação. 

A ideia é que as crianças e adolescentes aprendam, na prática, diversas técnicas artísticas inspiradas na arte dos mestres e mestras da cultura pernambucana, como mestra Roseli Alves (pinturas em barro); mestre Zuza de Tracunhaém (arte do  barro);  mestre Abias de Igarassu (arte em madeira); mestre Lourenço de Goiana (cana brava),  entre outros. 

Além disso, o projeto propõe, ainda, ao final do curso, uma Exposição com a obras dos mestres e obras dos alunos participantes, com acesso gratuito para estudantes, turistas, moradores e toda comunidade da região.  A programação também terá uma Feira de Artesanato, com a participação dos artesãos locais. 

Mestres dos Saberes é realizado pelo jornalista e produtor cultural, Salatiel Cícero. A curadoria é de Afonso Oliveira, que dispõe de uma larga experiência, através da pedagogia da produção da cultura popular e coletiva denominada “Método Canavial”. Conta com apoio do Centro de Criação Galpão das Artes e da Prefeitura de Limoeiro. Incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco

Serviço

Lançamento do projeto Mestres dos Saberes

Local: Centro de Criação Galpão das Artes, localizado na rua Vigário Joaquim Pinto, n° 465

Data: Segunda -feira, 27 de setembro

Horário: 10 horas 


Programação das oficinas 


Oficina de artesanato em barro com Mestre  Zuza (Tracunhaém) 

Dias: 28/09 a 01/10

Horário: 08h às 12h


Oficina de artesanato em madeira com Mestre Abias (Igarassu)

Dias: 28/09 a 01/10 

Horário: 13h às 17h


Oficina de artesanato em barro com as Mestras Cida e Neguinha (Belo Jardim)

Dias: 05/10 a 08/10 

Horário: 08h às 12h


Oficina de artesanato em madeira com Mestre Luiz Benício (Buíque)

Dias: 05/10 a 08/10

Horário: 13h às 17h

Local:

Oficina de Ocarinas de barro com mestre Mestre Nado (Olinda)  

Dias: 13/10 a 16/10 

Horário: 08h às 12h

Local:


Oficina de barro com Mestra Nena (Cabo de Santo Agostinho)

13/10 a 16/10 – 

13h às 17h



Oficina de cana brava com Mestre Lourenço  (Goiana) 

Dias: 18/10 a 21/10 – 

Horário: 08h às 12h


Oficina de pintura em barro  com Mestra Rosélis Alves (Limoeiro) - 

Dias:

Horário: 13h às 17h


Feira de Artesanato -

Dias: 23/10 e 30/10

Local: Praça da Bandeira

Horário: 16h


Exposição - 

Data: 23/10 À 23/11 DE 2021

Local: Centro de Criação Galpão das Artes, localizado na rua Vigário Joaquim Pinto, n° 465

Visitas guiadas para alunos: 25/10 a 29/10

Visita todos os públicos: 30/10 a 23/11

Biografia dos mestres oficineiros 

Mestre Zuza

Barro - Tracunhaém

Há mais de um século o barro está presente na história da família de José Edvaldo Batista, o mestre Zuza de Tracunhaém, Zona da Mata Norte pernambucana. Nascido no dia 18 de setembro de 1958, Zuza também fincou raízes no solo massapê e deu a ele novos significados. Começou aos dez anos de idade como ajudante na olaria de José Tibúrcio e por quase dez anos (década de 1980) trabalhou com o ceramista Tiago Amorim, mas não demorou para descobrir seu estilo próprio. Desenvolveu uma linha de esculturas xipófagas (imagens ligadas pela cabeça) e se descobriu santeiro preservando a essência da arte primitiva dos antigos mestres do barro, em um trabalho autoral que se destaca pela criatividade e força expressiva.

Mestre Abias

Madeira - Igarassu 

É a partir do que a mata do Engenho Novo, em Igarassu, oferece, entre galhos, raízes e troncos caídos, que José Abias da Silva alimenta a sua capacidade criadora, transformando e dando novos significados ao que para muitos seria apenas resíduo. Essa relação sustentável com o ambiente remonta à infância quando aproveitava cocos secos e gravetos para dar forma aos próprios brinquedos. Mestre Abias nasceu no dia 21 de julho de 1967, no distrito de Nova Cruz, em Igarassu. Troncos e galhos de sapotizeiros, aroeiras, jaqueiras, biribas, ingazeiras, transmutam-se e ganham significado singular nas mãos do mestre, cujo trabalho autoral despertou a atenção de colecionadores, arquitetos e designers. Recorre a ferramentas simples, como facas e foices, na elaboração de suas esculturas, que têm como identidade o respeito aos movimentos e formas dadas à madeira pela natureza. Um universo povoado por bailarinas, músicos e personagens da cultura pernambucana.


Mestra Cida

Barro – Belo Jardim

As famosas cabeças de cerâmica da mestra Cida são frutos de uma história de muita dedicação e sacrifício. Com apenas oito anos de idade, Maria Aparecida de Cida Lima, de 49 anos, começou a moldar o barro para ajudar a família no sustento da casa. Nascida e criada no município de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, berço de uma grande riqueza artesanal, ela não mediu esforços para ver o bem dos seus familiares.  Em 2005, Cida teve uma reviravolta em sua trajetória, quando conheceu a artista plástica Ana Veloso, que na época coordenava o projeto Estado de Arte, da Secretaria de Cultura de Belo Jardim, cujo objetivo era revitalizar a produção artesanal do município e estimular a potencialidade dos artesãos do local. Após as dicas de Ana Veloso, ela começou a fazer travessas, cuscuzeiras, e passou a produzir as famosas cabeças de barro, que traz uma verdadeira feição com nariz, orelha e um acabamento impecável. 


Mestra Neguinha

Barro – Belo Jardim

Discípula da avó e também da mãe, Maria do Carmo dos Santos, mais conhecida como Neguinha, de 46 anos, colocou a mão no barro ainda pequena. Suas primeiras criações foram as tradicionais panelas de barro, bastante utilizadas na época para cozinhar. Neguinha nasceu e cresceu no município de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, onde vive até hoje com sua família. Ela também experimentou várias mudanças em seu trabalho após conhecer a artista plástica Ana Veloso, que na época coordenava o projeto Estado de Arte, da Secretaria de Cultura de Belo Jardim. Hoje, ela faz santos católicos, como São Francisco, Frei Damião e Nossa Senhora Aparecida, como também peças utilitárias e decorativas, entre elas travessas e galinhas. Uma peça que ela gosta muito de fazer é o tamanduá.

Mestre Luiz Benício 

Madeira - Buíque

Autodidata e observador de artesãos do sertão pernambucano, o mestre Luiz Benício absorveu influências de todo o semiárido para formar seu modo de esculpir a madeira, hoje conhecido pela autêntica rusticidade. Radicado na área onde hoje se localiza o Parque Nacional Catimbau, o artista fez da natureza e das grandes figuras nordestinas suas grandes inspirações. Benício não se isenta de repassar seus ensinamentos para outros moradores das redondezas e para sua família. Sua esposa, Simone, e seu filho, o pequeno Lindomar, já seguem a carreira do artista. Luiz Benício é um dos mais fiéis representantes dos traços em madeira do Sertão Central, condensando a sabedoria de grandes mestres do passado e impulsionando a nova geração de artesãos da região.

As peças que produzem são sandálias, bolsas, utilitários, souvenir, havendo um processo anterior com esta matéria prima de dessecamento até ter as condições ideais para produzir as peças artesanais.

Mestre Nado

Ocarinas de Barro - Olinda


Agnaldo da Silva, o mestre Nado, foi um menino criado solto pelas ruas de Olinda e que se fez homem através do barro. Nasceu no dia 8 de maio de 1945 e durante parte de sua infância teve em um veio de argila, próxima à casa da avó onde foi criado, território para suas brincadeiras. Ele mistura a terra, a água, o fogo ao sopro de inspiração que Deus lhe deu. Dessa alquimia se traduz o som criado por Mestre Nado. Homem de múltiplos talentos – ceramista, poeta e músico – o olindense é um habilidoso artista que tem na argila sua matéria-prima. Ela cria instrumentos e dá vida à música. Começou produzindo quartinhas de barro, mas, despretensiosamente, viu que daquelas produções era possível chegar a um outro resultado: a ocarina. O instrumento de sopro tornou-se sua principal marca, o que lhe tornou conhecido no universo da cultura popular e da música. Já chegou a ter criações suas utilizadas nas bandas de artistas como Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Antônio Nóbrega, Lula Queiroga e Alceu Valença. Mas outros instrumentos vieram. Os de sopro e de percussão: moringas, flautas “Nado”, maracas, raco-raco e o bum d’água.



Mestre Nena

Barro – Cabo de Santo Agostinho

Severino Antônio de Lima, o mestre Nena, nasceu no dia 15 de junho de 1964, na Vila das Mercês, distrito do Cabo de Santo Agostinho, município da Região Metropolitana do Recife. Cresceu acompanhando o trabalho de oleiros e de grandes mestres artesãos, como Celestino José Mota Filho, o seu Celé, um dos precursores no município. De ajudante a oleiro experiente, apesar da pouca idade, Nena dedicou décadas de sua vida à fabricação da cerâmica utilitária. Atualmente, suas peças modeladas em torno estabelecem um diálogo entre o tradicional e o contemporâneo. Ele inspira-se na natureza e no prazer assegurado pelo próprio ofício. Inova em suas leituras estéticas ao criar vasos, pêndulos, castiçais entre tantos outros objetos utilitários e decorativos. 


Mestre Lourenço

Fibra cana brava - Goiana

Mestre Lourenço nasceu no dia 22 de outubro de 1954 em terras do Engenho Massaranduba. Filho de pescador, nascido em Tejucupapo e criado naquela praia do Litoral Norte, Lourenço Pereira Luna é profundo conhecedor do trançado da cana brava, técnica que domina desde os nove anos de idade, época em que já fazia armadilhas para peixes e lagostas (covos) usadas pelo pai. Ele inovou ao usar a fibra natural para confeccionar cestos. O uso da cana brava na feitura de armadilhas de pesca é uma herança cultural dos índios caetés e tabajaras, primeiros habitantes da região. Desde os anos de 1990, a família Luna domina a técnica, tornando-se referência no trabalho manual. 


Mestra Rosélis

Pintura em barro

Rosélis Alves é uma limoeirense, professora, que encontrou nas artes plásticas uma forma prazerosa de representar nossa cidade.  Além das diversas exposições já lançadas com pintura em tela, expostas inclusive já em outros países, Rosélis iniciou já há um considerável tempo, a pintura utilizando objetos em cerâmica como superfície. Esse trabalho resultou na composição de obras únicas, como a exposta no vídeo da nossa. Obras essas que todo limoeirense pode se orgulhar em dizer que possui dentro do imenso patrimônio cultural municipal.











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