As provas de códigos e linguagens e a de matemática foram as mais difíceis da história do Enem, avaliam os professores. Com textos longos e por vezes insuficientes para a resolução da questão, o aluno acabou gastando muito mais do que os três minutos indicados para chegar à alternativa certa. Na prova de Matemática, por exemplo, apenas quatro questões eram de resolução imediata, isto é, aquelas em que o aluno lê, entende e assinala a resposta. "A maioria das outras trazia textos longos, que dificultava o entendimento da pergunta e, consequentemente, da resolução", afirma Vera Antunes, coordenadora do curso e colégio Objetivo. "Os professores da disciplina disseram que ao mesno dez tinham nível superior ao da própria Fuvest. Eles não conseguiram resolver em três minutos." A crítica é estendida à prova de Língua Portuguesa. Segundo a equipe do Objetivo, a prova foi cansativa, com textos muito longos e com algumas que exigiam muito tempo para entendimento e resolução. "Havia duas questões que exigiam conhecimentos de artes plásticas. Ao mesmo tempo, foi exigido pouco conhecimento literário", resume Vera. A coordenadora discorda da declaração do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, dada em coletiva na noite deste domingo (25).
Mercadante defendeu que o exame foi tão difícil quanto os dos anos anteriores. "Vamos esperar sair as notas e veremos. A prova era impossível de resolver no tempo. Foi o Enem mais difícil da história", argumenta Vera. Redação foi elogiada: No ano em que a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei do Feminicídio, o tema da redação do Enem não admite qualquer posicionamento contrário ao que o próprio enunciado já propõe: a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. "Ficou claro aqui o posicionamento pedido pelo avaliador", explica Maria Aparecida Custódio, professora do laboratório de redação do curso e colégio Objetivo. Restava ao estudante saber como propor ações de prevenção e combate a esta situação que faz do Brasil o sétimos País do mundo onde mais mulheres são mortas. "A gente pensa que a violência está evidente lá no Oriente Médio. Mas por aqui há muitos resquícios de patriarcalismo, machismo, sexismo e preconceito", afirma a docente.
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