Um velho armazém de algodão virou em uma espécie de fábrica da fantasia.
Esse é o maior espaço cultural de Limoeiro, no agreste de Pernambuco.
O Galpão das Artes, que fica em Limoeiro, na Zona da Mata Pernambucana, funciona o ano todo com ações educativas e oficinas. Esse pontinho de cultura reúne uma trupe especial que inventa e recicla brincadeiras.
O velho armazém de algodão ganhou novas cores e uma função nobre. Foi transformado em uma espécie de fábrica da fantasia. É o maior espaço cultural de Limoeiro, no agreste de Pernambuco.
Os voluntários se dedicam a levar um pouco de sonho e diversão às crianças da cidade que mais precisam.
A fabricação de petecas é uma nova atividade que tem concentrado todos os esforços no lugar. Duas artesãs foram convocadas para ajudar na produção. As irmãs Edna e Josefa já conheciam o brinquedo popular na infância.
“Meu pai fazia para mim e para minha irmã da palha do milho. Deu muita saudade da infância. E é prazeroso. É uma terapia. Eu acredito que é uma terapia em que as pessoas que vivem ociosas deveriam buscar. Se a gente olhar bem, é um trabalho terapêutico”, diz Edna Alves, artesã e arte-educadora.
Outro orgulho das artesãs é que o brinquedo é ecológico. Os retalhos de couro e a malha usada para encher as petecas escaparam do lixo.
O couro vem da fábrica de sapatos da empresária Carmen Lapenda, que tem o maior prazer de colaborar com o projeto e com o meio ambiente. “Além do mais, é um trabalho social. Ia tudo para o lixo. Eu não sabia como aproveitar. Então, surgiu a ideia de procurar o pessoal do pontinho para que fosse dado um destino a esse material. O dia que ele chegou com a petequinha, que foi o resultado do que eles pensaram, foi emocionante. O lixo da gente está um luxo”, avaliou.
Depois de muito trabalho para fazer as petecas, veio a maior recompensa. Chegou a hora de distribuir os brinquedos. O material reciclado ganha o incrível poder de encantar, de despertar a alegria nas crianças.
A turma de palhaços compôs uma trilha sonora especial para a brincadeira. As crianças do programa de erradicação do trabalho infantil foram as primeiras a ganhar o brinquedo e ficaram eufóricas. “Eu achei muito legal a brincadeira”, avaliou Luiz Carlos, de oito anos.
“Se todas as escolas pudessem adotar, a gente estaria cumprindo o que o Estatuto da Criança prevê, que toda criança tem que ter o direito de brincar. Esse grande sonho de tornar o mundo melhor tem que ser de maneira lúdica. É perto das crianças que a gente acredita que tudo vai ser possível porque a magia do teatro está associada ao brincar”, conclui Fábio André, coordenador do Galpão das Artes.
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