Conclui-se que 2022 foi um ano atípico e considerado, por muitos, um ano ‘um tanto esquisito’. Em cada um dos principais fatos de 2022, uma esquisitice para acompanhar. Vamos relembrá-los:
- Putin invade a Ucrânia para anexar territórios à Rússia. Ele quer redesenhar o mapa da Rússia, retomar o desenho mais próximo que consiga da União Soviética. A guerra tem duração imprevisível, milhões de ucranianos deixaram seus lares e fugiram como foi possível, milhares de mortos e feridos, um país semidestruído. Mas Putin não admite a guerra para a população russa e diz tratar-se de uma “Operação Especial” em um esforço retórico que na era digital soa risível. Não bastasse os horrores da guerra, fomos brindados com frases misóginas do então deputado conhecido como “Mamãe Falei” dirigidas às mulheres ucranianas. Um parlamentar viajou até a fronteira da guerra para fazer fotos, lives e divulgar turismo sexual. Foi cassado pela pressão popular. Tudo muito bizarro.
- No campo tecnológico, o ano foi marcado pelo início das operações do 5G no Brasil, o que irá melhorar a qualidade e velocidade das conexões de internet. No entanto, houve um arrefecimento global do setor de tecnologia e gigantes do setor, as denominadas big techs (Facebook/Meta/Instagram/
WhatsApp, Twitter, Apple e Google) anunciaram milhares de demissões de funcionários. O Twitter foi comprado, depois de muitas negociações, por Elon Musk, o CEO da Tesla e diretor da Space X, por 44 bilhões de dólares. Mas, como parece que em 2022 tudo acontece sem muito sentido, Musk demite funcionários, descobre que as demissões impedem a operação do Twitter, recontrata boa parte dos empregados e diz que a rede irá adotar a irrestrita liberdade de expressão. Um mês depois, ele bane perfis de jornalistas que lhe dirigem críticas. No Brasil se perde milhões de seus usuários para um novo aplicativo chamado Koo, que chega acompanhado das piadas da 5ª série e trocadilhos com seu nome. - A política mundial teve como destaque a morte da Rainha Elizabeth II e o trono passou para o agora Rei Charles (não confundir com Ray Charles). O Reino Unido despediu-se de sua monarca e revelações bombásticas feitas em um documentário por Harry e Meghan lançaram fagulhas contra a monarquia. Nos EUA tivemos a tradicional eleição de meio de mandato, onde se esperava uma derrota dos democratas para conservadores, sobretudo, seguidores de Trump. Contrariando as previsões, as eleições foram equilibradas e a margem a favor dos republicanos muito inferior ao previsto. Trump continua contestando a eleição de Biden e mais de 950 pessoas que invadiram o Capitólio foram presas. Na China o presidente Xi Jimping conquistou um terceiro mandato e como outros líderes chineses desde Mao, deverá ocupar o cargo de forma vitalícia.
- E o Brasil? Ano de eleições. Disputa acirrada e vitória de Lula. Bolsonaro mantém o discurso de não aceitar o resultado das eleições e fica em silêncio. Dá-se início a loucura para manter Bolsonaro no Poder. Orações e vídeos em frente a quartéis. Quando um carro do exército sai às ruas, é aplaudido e a esperança de intervenção militar reacende. Com o passar dos dias, pede-se a intervenção alienígena e surgem teorias conspiratórias de todos os tipos, inclusive de que Lula estaria morto e o que se tem é um sósia em seu lugar. As fotos dos perfis de Bolsonaro passam a ser interpretadas por supostamente conter mensagens subliminares, assim, um copo de plástico verde significa que o exército vai fazer algo, a caneta de ponta cabeça significa outra coisa e assim por diante. De concreto, partidos e apoiadores de Bolsonaro começam a negociar cargos com Lula e o caminhão de mudança já carrega os pertences no Palácio.
Um ano cheio de esquisitices e que ainda pode reservar alguma coisa para os últimos dias. Como aqueles filmes baratos de terror que sempre dão o susto final antes dos créditos aparecerem na tela.
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