Recentemente a Microsoft anunciou uma nova versão do Windows, chamada de Windows 10 S. Talvez não fique muito evidente pelo nome, mas esse “S” que diferencia essa edição do sistema operacional do Windows convencional é importante. A versão S do Windows 10 tem uma característica muito particular. Ela não permite o download de aplicativos de quaisquer outras fontes que não sejam a loja de aplicativos da Microsoft, a Windows Store. Mas por que alguém faria isso? O fato é que existem algumas vantagens em um ecossistema fechado, e a Apple e sua legião de fãs do iOS são um bom exemplo disso. Ao restringir o que pode e não pode ser instalado, é possível garantir um desempenho mais estável do computador e, mais importante de tudo, a sua segurança.
Pode parecer uma má ideia para você, usuário comum ou avançado. No entanto, o Windows 10 S não tem você como foco, e sim escolas e ambientes educacionais, em que crianças e jovens que não necessariamente têm o conhecimento técnico para garantir sua própria segurança online serão os principais. Uma vez que essas máquinas tendem a ser compartilhadas, um único usuário mais desatento pode colocar em risco centenas de outras pessoas e comprometer toda a rede. Outra vantagem desta versão é o preço. A Microsoft viu nos últimos anos o Google invadir seu território em escolas com os Chromebooks, que são computadores com bom desempenho e extremamente baratos. Assim, a companhia precisou reduzir custos de licenciamento para que fabricantes também pudessem lançar equipamentos super-acessíveis que sirvam de porta de entrada para que jovens se mantenham acostumados ao ecossistema Windows e Office.
Assim, apesar de o Windows 10 S ser propositalmente limitado, ele traz alguns benefícios em decorrência causa disso. E, se algum usuário quiser fazer a atualização para um Windows mais completo, a Microsoft vai oferecer a opção de migração para a versão Windows 10 Pro por US$ 50. No fim das contas, o Windows 10 S é uma versão repaginada do malfadado Windows RT, com a possibilidade de migração para um sistema mais avançado se necessário. Dessa vez, a Microsoft parece ter direcionado melhor o esforço para um público que precisa de maior controle sobre o sistema, no entanto. O RT falhou em alcançar o usuário doméstico, mas o 10 S pode ter algum espaço no ambiente educacional. Agora ficará a critério da Microsoft conseguir explicar para o consumidor leigo a diferença entre o Windows 10 Home, Windows 10 Pro e Windows 10 S. Imagine a insatisfação de alguém que compra um laptop e descobre que ele é incapaz de rodar o Chrome?
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