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Um novo modelo para o Grande Recife


A Metrô do Recife — rede metroviária que opera na Região Metropolitana do Recife — pode ganhar em breve uma alternativa de transporte de massa: o chamado Veículo Leve sobre Pneus (VLP). A proposta faz parte das opções analisadas pela governadora Raquel Lyra para ampliar e modernizar o sistema de mobilidade na região.

O que é o VLP

  • O VLP (Veículo Leve sobre Pneus) é descrito como um “bonde sem trilhos”. Apesar de rodar sobre pneus de borracha, ele combina características de veículos de transporte de massa.
  • A tecnologia já está em operação na China desde 2019, em cidades como Zhuzhou e Yibin.
  • Detalhes técnicos:
    • Velocidade máxima ~ 70 km/h.
    • Operação em corredores de 8 km a 20 km, com estações espaçadas entre 600 m e 1.200 m.
    • Pode transportar entre ~230 passageiros ou até 300-500, dependendo da composição.
    • Utiliza sistema de sensores eletromagnéticos para guiar o veículo por “trilho virtual” desenhado no asfalto, ao invés de trilhos metálicos convencionais.
  • A fabricação é da empresa chinesa CRRC, que também está prospectando produção no Brasil (em São Paulo) para futuros sistemas de transporte.

Motivações para o VLP em Recife

  • A governadora Raquel Lyra apontou que, considerando o estado atual do Metrô e os desafios da mobilidade, é necessária “ação imediata”.
  • O VLP representa uma alternativa de menor custo em comparação a sistemas tradicionais de metrô ou VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), porque não exige a infraestrutura completa de trilhos metálicos.
  • Pode atender a trechos de média capacidade, com flexibilidade para inclinações ou traçados onde instalar trilhos seria mais complexo ou caro.
  • Em entrevista, a governadora mencionou que o Estado solicitou à CRRC um estudo comparativo entre diferentes modais — metrô tradicional, VLT, VLP — para avaliar custo-benefício.

Situação do Metrô do Recife e contexto

  • O Metrô do Recife vive um cenário de desgaste: houve recentemente incêndio em um dos vagões, paralisações e necessidade de manutenção urgente.
  • O governo estadual está cobrando antecipação de investimentos federais — R$ 1 bilhão de um total previsto de R$ 3,5 bilhões — para reformas emergenciais no sistema atual, ainda antes de qualquer concessão.
  • Nesse cenário, adotar o VLP aparece como complementar ou alternativa de médio prazo para ampliar a rede e melhorar a mobilidade na região metropolitana.

Desafios e pontos de atenção

  • Mesmo com vantagens, o VLP possui limitações. Por exemplo: por se tratar de veículo longo e com raio de curva maior, exige folga de cerca de 15 metros em cruzamentos — o que pode dificultar manobras em vias congestionadas.
  • A implantação exige planejamento: definir corredores exclusivos, estações, estudos de tráfego, impacto urbano, acessibilidade.
  • Decidir se o VLP será usado em substituição ou em adição ao metrô/trilhos tradicionais, e como integrar com o sistema existente (estações, bilhetagem, intermodalidade).
  • Verificar viabilidade financeira, cronograma de entrega (a CRRC indicou prazos de ~21 meses para novos trens, por exemplo).

Cenário futuro para o Grande Recife

Para a região metropolitana do Recife, a adoção do VLP poderia significar:

  • Maior cobertura de transporte de média capacidade, com custo menor que metrô completo.
  • Possibilidade de alcançar bairros ou municípios menos atendidos pelo sistema atual.
  • Melhor integração entre modais (ônibus, metrô, VLP) e reorganização da mobilidade urbana.
  • A necessidade de manutenção e reforma imediata do Metrô do Recife ainda permanece — o VLP não substitui, mas pode somar.
  • Um processo de decisão política e técnica que envolverá governo estadual, governo federal, fabricantes e equipes de engenharia.


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