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MTV encerra a maioria dos seus canais e marca o fim de uma era no Brasil e no mundo


A MTV, uma das marcas mais icônicas da cultura pop mundial, está se despedindo da televisão tradicional. A Paramount Global — detentora da marca — anunciou o encerramento da maior parte dos canais MTV ao redor do mundo, incluindo a operação brasileira. A medida marca oficialmente o fim de uma era que moldou gerações, influenciou comportamentos e redefiniu a relação entre jovens, música e televisão.

Encerramento dos canais até dezembro de 2025

De acordo com a decisão global da Paramount, a MTV — junto com MTV Live, Nickelodeon, Nick Jr., Comedy Central e Paramount Channel — deixará de ser transmitida na TV por assinatura no Brasil até 31 de dezembro de 2025. A partir de janeiro de 2026, todo o conteúdo dessas marcas será distribuído exclusivamente pelo streaming Paramount+, seguindo a estratégia de centralização digital adotada pela empresa.

A mudança acompanha o movimento mundial: diversos países também perderão suas versões locais da MTV ao longo de 2025, como Reino Unido, França, Alemanha e Austrália. Em muitos desses mercados, os canais musicais já estavam com programação reduzida, focando em realities em vez de videoclipes — reflexo da transformação do consumo de música.

Por que a MTV está deixando a TV?

O anúncio é resultado de um contexto que envolve:

  • Queda progressiva do número de assinantes de TV paga;
  • Redução das receitas publicitárias nos canais lineares;
  • Reestruturação da Paramount após fusões e cortes globais;
  • Redirecionamento de investimentos para o streaming, considerado mais lucrativo e adaptado aos novos hábitos de consumo.

A empresa afirma que a decisão é estratégica e acompanha a demanda do público, cada vez mais voltado para conteúdos sob demanda.

Um legado de mais de 30 anos no Brasil

Lançada em 1990, a MTV Brasil se tornou parte da vida de milhões de jovens. Foi palco de descobertas musicais, do surgimento de VJs carismáticos, programas irreverentes, clipes marcantes e uma linguagem visual que influenciou toda uma geração.

Mesmo após o fim da antiga MTV aberta em 2013, quando a marca migrou para a TV por assinatura sob comando da Viacom (hoje Paramount Global), o canal seguiu vivo — ainda que com foco maior em realities e menos em música.

Agora, com o desligamento definitivo, encerra-se oficialmente o ciclo de uma marca que deixou fortes marcas na cultura jovem brasileira.

Um adeus que representa mais do que uma mudança de canal

O fim da MTV na TV simboliza a despedida de um modelo cultural: assistir clipes na programação, acompanhar estreias, esperar o Top 10, descobrir bandas novas à noite, debater videoclipes na escola no dia seguinte.

Hoje, músicas e vídeos são consumidos de forma individual, em celulares, por meio de plataformas como YouTube, TikTok e serviços de streaming. A experiência coletiva que a MTV proporcionava — espontânea, irreverente e comunitária — dificilmente será replicada.

O que acontece com a marca daqui para frente?

A MTV continuará existindo, porém apenas no ambiente digital. A Paramount deve utilizar o Paramount+ como principal casa dos conteúdos da marca, mantendo realities, arquivos icônicos e novos projetos voltados ao público jovem.

Ainda assim, para quem viveu a época de ouro da MTV, o anúncio representa o encerramento definitivo de uma fase importante da cultura pop.


Linha do Tempo – A História da MTV no Brasil (1990–2025)


1990 — A estreia que mudou tudo

A MTV Brasil é lançada em 20 de outubro de 1990, tornando-se a primeira versão internacional da emissora fora dos Estados Unidos. O canal chega com programação 100% voltada à música, apresentando videoclipes, VJs carismáticos e programas inovadores.


1990–2000 — A década do ouro

Nos anos 90, a MTV se torna referência nacional. Programas como Disk MTV, MTV Sports, Beija Sapo, Teleguiado, Gás Total e o lendário MTV Ao Vivo dominam o público jovem.
A emissora se torna sinônimo de comportamento, moda, irreverência e descoberta musical.


2000–2010 — A expansão e os grandes eventos

A MTV intensifica festivais, premiações e gravações ao vivo. Nomes como Cazé Peçanha, Marina Person, Thunderbird e Sabrina Parlatore marcam gerações.
Mesmo com a chegada da internet e do YouTube, a emissora ainda mantém força cultural, sobretudo com realities musicais e humorísticos.


2010–2013 — Crise e enfraquecimento

A queda dos videoclipes na TV, o crescimento das plataformas digitais e a crise financeira da Abril (detentora da marca no Brasil) começam a comprometer o canal.
A programação perde força, investimentos caem e o público migra para a internet.


2013 — O fim da MTV aberta

Em setembro de 2013, a MTV Brasil encerra sua operação como canal aberto ligado ao Grupo Abril.
A marca volta para a Viacom (atual Paramount), que relança a MTV como canal por assinatura, com menos música e mais realities.


2014–2020 — Uma MTV diferente

O canal focado em TV paga aposta em programas importados, realities como De Férias com o Ex e reprises.
A velha MTV — musical, irreverente e experimental — já não existe mais, mas a marca segue viva nas mãos da Paramount.


2021–2025 — Streaming domina, TV perde espaço

Com o crescimento acelerado do streaming, a Paramount começa a reduzir gradualmente a presença dos canais lineares no mundo.
No Brasil, a MTV segue no ar, mas com audiência reduzida e programação cada vez mais distante da identidade original.


Outubro de 2025 — O anúncio global

A Paramount Global anuncia o encerramento da maioria dos canais MTV no mundo, incluindo o Brasil.
MTV, MTV Live, Nickelodeon, Nick Jr., Comedy Central e Paramount Channel serão descontinuados até 31 de dezembro de 2025.


31 de dezembro de 2025 — Adeus à MTV na TV

A data marca o fim definitivo da MTV como canal de televisão no Brasil.
A partir de janeiro de 2026, todo o conteúdo passa a existir apenas no Paramount+, fechando um ciclo de 35 anos da marca no país.


2026 em diante — A marca vive apenas no digital

A MTV continua como marca global, mas exclusivamente em plataformas digitais e streaming.
Na TV, seu legado se transforma em nostalgia — um símbolo de uma geração que viveu o auge da música na telinha.

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