A internet, antes um vasto repositório de criação humana, enfrenta uma crise de identidade. A proliferação do conteúdo gerado por Inteligência Artificial (IA) tem levado usuários a questionarem-se constantemente: "Isso é IA?" ou "É um bot do outro lado do chat?". Essa dúvida crescente resgata a polêmica "Teoria da Internet Morta", que, embora nascida como uma teoria da conspiração, agora aponta para um problema digital real: a crescente dificuldade de discernir o que é real e o que não é.
O que diz a Teoria
A "Teoria da Internet Morta" sustenta que a maior parte do conteúdo online – como vídeos, músicas e até mesmo comentários em posts – já é produzida por IA, sinalizando o começo da morte de uma internet feita por humanos.
Embora a ideia original em fóruns sem comprovação acusasse um pequeno grupo de dominação mundial, o fato é que o mundo presenciou uma explosão de conteúdo sintético a partir do final de 2022, com a popularização de programas de IA generativa como ChatGPT e Midjourney.
Relatórios de segurança online chegam a afirmar que a atividade de robôs já ultrapassou os 50%, sendo a maior parte utilizada em ações criminosas (como invasão de sistemas ou roubo de informações). Com o uso cada vez maior de modelos avançados, a tendência é de mais automatização e mais bots na rede.
O Perigo da Homogeneização do Conhecimento
A consequência mais crítica, conforme a reportagem, está no loop de alimentação da IA. Os modelos de IA (como ChatGPT e Gemini) elaboram respostas vasculhando tudo que já foi registrado na internet. O problema surge quando esses programas passam a ser alimentados pela enxurrada de material sintético gerado por eles mesmos.
Com a possibilidade de que esses modelos se tornem a principal fonte de conhecimento para a população mundial, o resultado, em algumas gerações, é que as respostas se tornarão homogêneas e padronizadas, levando à perda do diferencial da criatividade humana.
AI Slop e o Apocalipse da Verdade
Além da padronização, a internet também enfrenta a confusão gerada por conteúdos bizarros e surreais. Em 2024, o Facebook foi inundado por imagens sintéticas de "Jesus Cristo com corpo de camarão" – um fenômeno conhecido como AI Slop (lixo da inteligência artificial).
Esse conteúdo, gerado rapidamente, atrai a atenção dos usuários para que páginas (chamadas "fazendas digitais") monetizem as redes sociais, ou para aplicar golpes.
Essa proliferação do surreal e a dificuldade de diferenciar humanos de robôs levanta a questão de um "apocalipse da verdade e do significado". A máxima "ver para crer já não faz sentido", pois o que se vê não significa que seja verdade. A máquina, com sua fluência, pode enganar, esvaziando o relacionamento humano, o que é considerado "muito, muito perigoso".
O Caminho a Seguir
Diante desse cenário, o especialista Cezar Taurion argumenta que a chave não é evitar a inteligência artificial, mas sim entender como ela funciona. Sem esse conhecimento, a tecnologia parecerá apenas um "show de ilusionismo", deixando a população espantada e sem saber o que está acontecendo.






















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