Na condição conhecida como ambliopia, o cérebro prioriza a visão com mais qualidade e “desliga” a que está com problema, impedindo seu desenvolvimento
Você sabia que quando um olho não enxerga bem, nosso cérebro pode passar a utilizar somente as informações do outro olho? Embora pareça coisa de ficção, esta situação é bastante comum em crianças com ambliopia, o chamado olho preguiçoso, e contribui para que, muitas vezes, o problema oftalmológico demore anos para ser percebido e a visão fique permanentemente comprometida. Sem referências sobre como seria enxergar normalmente com os dois olhos, a criança se acostuma a usar apenas o que oferece melhor nitidez. Ao mesmo tempo, o cérebro começa a ignorar as imagens do olho com problemas de visão que, consequentemente, deixa de ser estimulado para funcionar corretamente. ]
De acordo com a Dra. Eveline Barros, médica oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco, o HOPE, “a ambliopia é uma baixa visual em que mesmo com a correção de algum grau, a visão não melhora. E é muito importante que o tratamento seja feito até os seis ou sete anos, enquanto o sistema visual ainda está em desenvolvimento. Por isso a detecção precoce da condição é fundamental”. A falta de queixas e de sintomas óbvios são alguns dos desafios no diagnóstico da ambliopia. Em alguns casos, a criança apresenta estrabismo e os pais conseguem perceber que seus olhos estão desalinhados. Outro sinal é quando ela aperta os olhos para tentar visualizar algum objeto. Mas a melhor forma de identificar o problema é por meio de uma avaliação oftalmológica.
A médica diz quais são as causas mais comuns da ambliopia:
- erro de refração: miopia, hipermetropia ou astigmatismo em grau elevado;
- anisometropia: condição em que há diferença significativa de grau refrativo entre os dois olhos;
- estrabismo: quando os olhos se movem de maneira descoordenada e desviam para direções diferentes;
- em decorrência de algumas doenças: catarata infantil, alterações na retina que podem ser identificadas pelo Teste do Olhinho, toxoplasmose, entre outras.
A Dra. Eveline Barros conta que “há casos de ambliopia em que a pessoa vive bem a vida inteira, sempre copiou as lições da escola com facilidade e nunca apresentou dificuldade para ler. Somente durante uma avaliação oftalmológica ou já no início da idade adulta, quando vai fazer o exame de vista para tirar a carteira de motorista, é que descobre que praticamente não enxerga com um dos olhos”.
O tratamento da ambliopia depende diretamente da causa, para que seja feita a correção do problema que impede a visão normal. O oftalmologista poderá indicar óculos ou lentes de contato, se houver erro refrativo, além do uso de um tampão no olho bom, para estimular o uso e o desenvolvimento do olho afetado. Também podem ser recomendados exercícios visuais, colírios e, em alguns casos, cirurgia.
A médica reforça que “na infância geralmente não sabemos expressar uma dificuldade visual, por isso é fundamental que até os dois anos, os pais ou responsáveis agendem uma consulta com o oftalmologista a cada seis meses. Após esta idade, a avaliação oftalmológica poderá ser feita anualmente, a menos que apareça algum sintoma inesperado que precise ser investigado logo”. A mensagem é clara: um simples exame pode fazer toda a diferença e salvar a visão de uma criança.






















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