Mas, afinal de contas, como definir o nordestino? Como resumir, em poucas palavras, toda a cultura e a história de uma região e de pessoas que, há séculos, ajudam a construir a própria identidade nacional?
Não é, de fato, uma tarefa simples. Corre-se o risco de esquecer, por exemplo, fatos e acontecimentos. Mas, principalmente, de deixar de destacar aspectos que merecem e precisam ser enfatizados — para sermos, no mínimo, justos.
O Nordeste que, em diferentes momentos históricos, foi visto ou reconhecido apenas pela tradição de suas manifestações folclóricas, artísticas e/ou culturais, não é mais o mesmo - e o seu povo também não.
Povos originários, por exemplo, resistem e preservam tradições centenárias. Muitas delas únicas e recheadas de simbologias e, principalmente, conhecimentos essenciais para o cotidiano da sociedade em sua totalidade.
Em cidades espalhadas por toda a região, associações, agremiações e grupos diversos mantêm vivos o caboclinho, a mazurca, a ciranda, o boi e o cordel, por exemplo, em um movimento que demonstra o quão plural é a própria região.
Mas, como disse antes, o Nordeste e o nordestino não são mais os mesmos. A região se tornou, há muitos anos, também sinônimo de desenvolvimento e passou a despontar por iniciativas que demonstram mudanças significativas em diferentes setores.
Como o artístico-cultural, no qual os nossos artistas passaram a produzir e a serem consumidos por pessoas de todo o mundo. É comum vê-los sendo indicados a premiações como o Grammy Latino.
A estética, a poética e os ritmos romperam estereótipos e passaram a ser devidamente admirados e respeitados. Um reconhecimento que envolve desconstrução e, acima de tudo, respeito.
Ser do Nordeste ou falar sobre os nordestinos também exige mencionar os grandes eventos que são realizados na região. Com destaque para o Carnaval, marcado pelas multidões que tomam cidades como Recife, Olinda e Salvador; ou mesmo o São João, que coloca Caruaru e Campina Grande no protagonismo de festas que se estendem por semanas e reúnem dezenas de outras linguagens artísticas, que encontram nelas espaço para alcançar milhares de olhares atentos e de novos admiradores.
O Nordeste se globalizou e passou a exportar tecnologia e inovação. Basta lembrar que Recife abriga o maior polo tecnológico urbano do Brasil, o Porto Digital. E que tantas outras instituições, com destaque para as de ensino, despontam na vanguarda da inovação.
Moldando o que é feito, inclusive por aí afora, em uma clara demonstração da capacidade, do potencial e do diálogo que a região estabeleceu com o mundo.
Viva toda essa capacidade. Viva o Nordeste e o nordestino!
Diogenes Barbosa
_Jornalista. Mestre em Indústrias Criativas. Professor do curso de Jornalismo do UniFavip Wyden._
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