Header Ads Widget

Vídeos hiper-realistas criados por IA: o sucesso de Marisa Maiô e os desafios que já estão batendo à porta



Os vídeos gerados por inteligência artificial já não são mais apenas curiosidade de laboratório ou testes experimentais. Eles estão ganhando vida própria e começando a ocupar espaço real na produção de conteúdo — com potencial para revolucionar (e também preocupar) o mercado. Um dos exemplos mais emblemáticos desse novo cenário é a personagem Marisa Maiô, criação do artista carioca Raony Phillips.

Quem é Marisa Maiô?

Marisa Maiô apresenta um "programa de auditório" completamente sintético: desde o cenário, a plateia, até ela mesma — tudo criado com o apoio de inteligência artificial. Com um visual chamativo, figurino extravagante e diálogos repletos de humor, Marisa rapidamente viralizou nas redes sociais e já fechou parcerias publicitárias com grandes marcas como Magazine Luiza e OLX.

Em uma das peças de Dia dos Namorados, por exemplo, a IA interage com a personagem virtual da Lu (do Magalu):

“Você está namorando, minha filha?”
“Imagine, minha menina. Eu, com essa inteligência artificial toda, não preciso de ninguém…”

Esses diálogos descontraídos mostram o quanto a IA já consegue criar interações naturais e envolventes — quase indistinguíveis de uma produção com apresentadores reais.

Democratização da produção audiovisual

De acordo com Diulhio Candido, cientista do instituto Venturus, o avanço da IA não está só no realismo dos vídeos, mas também na acessibilidade da tecnologia:

“Não são mais necessários equipamentos caros, elenco ou locações para produzir conteúdo de qualidade.”

Com um computador, softwares de IA e criatividade, produtores independentes e pequenas empresas agora têm condições de criar conteúdos sofisticados que antes exigiriam grandes orçamentos e equipes profissionais.

Os desafios éticos e legais estão só começando

Se por um lado a tecnologia encanta, por outro acende alertas importantes:

  • Direitos de imagem e voz: até onde alguém pode ser representado digitalmente sem sua autorização?
  • Riscos de desinformação: deepfakes e vídeos falsos cada vez mais convincentes podem ser usados para manipular, enganar ou até praticar crimes de ódio.
  • Dificuldade de verificação: o público terá cada vez mais dificuldade em diferenciar o que é real e o que é sintético.

A combinação de IA com a produção audiovisual traz o risco de banalizar conteúdos falsos e criar confusão informacional em escala global.

Caminhos para lidar com essa nova realidade

Para especialistas, será essencial estabelecer:

  • Regras claras de uso de IA nas produções audiovisuais;
  • Ferramentas tecnológicas de detecção de conteúdo sintético;
  • Obrigatoriedade de rotulagem indicando quando um vídeo foi gerado ou modificado por IA;
  • Atualizações na legislação de direitos autorais, imagem e privacidade.

O futuro entre o real e o artificial

Marisa Maiô é apenas o início de uma tendência que promete ganhar cada vez mais força no entretenimento, na publicidade, na educação e até na comunicação política. O desafio está em aproveitar o enorme potencial criativo da IA sem abrir espaço para abusos que possam afetar a sociedade, a democracia e a confiança pública.

Estamos entrando em uma nova era da produção audiovisual — híbrida, hiper-realista e potencialmente disruptiva.


Continue acompanhando nosso blog para mais novidades e análises sobre o impacto da inteligência artificial no nosso cotidiano!

Postar um comentário

0 Comentários