Nos bastidores da tecnologia governamental, um movimento silencioso está ganhando força na Europa — e pode mudar para sempre a forma como os governos lidam com sistemas operacionais. A “debandada” do Windows em países como Alemanha, Dinamarca e França sinaliza o início de uma nova era: a era do Linux.
Mas por que essa mudança está acontecendo agora? E o que ela representa para o futuro da tecnologia pública?
O fim do Windows 10 e o começo de algo novo
A Microsoft anunciou que o suporte ao Windows 10 será encerrado em 2025. Para muitos governos, isso acendeu um alerta: continuar pagando por licenças e atualizações caras ou buscar um caminho mais independente?
A resposta, em muitos casos, está vindo do código aberto. O Linux, sistema gratuito e altamente customizável, está ganhando espaço — não apenas por ser mais barato, mas por oferecer soberania digital: a liberdade de controlar seus próprios dados e sistemas sem depender de gigantes da tecnologia.
Alemanha, Dinamarca e outros exemplos de mudança
A região de Eslésvico-Holsácia, na Alemanha, já começou a transição de mais de 60 mil servidores públicos para soluções como Linux, LibreOffice e Open‑Xchange.
Na Dinamarca, há um cronograma em andamento para a substituição total do Windows até o fim de 2025. E não é só sobre economizar — trata-se de ter autonomia, evitar atualizações forçadas e garantir segurança com mais controle.
Mais que economia: é sobre independência
Com a guerra na Ucrânia, muitos países perceberam o quanto estavam vulneráveis — seja no setor energético, seja na tecnologia. Isso impulsionou uma mentalidade de proteção e independência.
A União Europeia vem incentivando esse movimento por meio de legislações, como o Ato para Europa Interoperável, que defende o uso de softwares livres por órgãos públicos. Ou seja, não é só uma tendência — é uma política em construção.
Lições do passado: nem tudo é simples
Vale lembrar que nem toda migração foi um mar de rosas. A cidade de Munique, por exemplo, tentou adotar Linux em 2003, mas voltou atrás anos depois por problemas técnicos e falta de apoio político. O recado é claro: para que essa mudança funcione, é preciso planejamento, capacitação e visão de longo prazo.
Por outro lado, há casos inspiradores:
- A polícia francesa já usa Linux há anos, com mais de 100 mil máquinas funcionando bem.
- O Ministério da Defesa da Índia criou seu próprio sistema, o Maya OS, e baniu o Windows em 2023.
O que tudo isso nos ensina?
A migração em massa para o Linux não é só sobre trocar de sistema — é uma declaração de independência digital. É a Europa mostrando que quer ter mais controle sobre suas informações, investir em tecnologia própria e reduzir sua dependência de empresas estrangeiras.
Se tudo der certo, essa mudança pode inspirar outros continentes — inclusive o Brasil — a repensar sua relação com softwares proprietários.
E você, conseguiria viver sem o Windows?
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