Com grande expectativa da Igreja e dos fiéis ao redor do mundo, teve início hoje (07/05) o Conclave para a escolha do novo Papa, após o falecimento do pontífice anterior, Jorge Mario Bergoglio (Papa Francisco). A cerimônia de abertura ocorreu na Capela Sistina, onde os cardeais eleitores se reuniram sob um clima de solenidade, oração e compromisso espiritual com a missão de eleger o novo líder da Igreja Católica. O dia começou com a tradicional Missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro, presidida pelo decano do Colégio Cardinalício. Em seguida, os 115 cardeais eleitores, vindos de diversos países, dirigiram-se em procissão até a Capela Sistina, onde prestaram juramento de sigilo absoluto sobre tudo o que ocorra durante o Conclave.
Logo após os ritos iniciais e a invocação do Espírito Santo com o canto do Veni Creator Spiritus, os cardeais realizaram a primeira votação do processo. Como é comum no primeiro dia, não houve definição. A fumaça preta que saiu da chaminé da Capela Sistina indicou ao mundo que nenhum nome obteve ainda os votos necessários. Para que um cardeal seja eleito Papa, ele precisa receber uma maioria qualificada de dois terços dos votos. No atual Conclave, com 115 cardeais eleitores, são necessários pelo menos 77 votos para que um novo Papa seja escolhido.
Fé e expectativa entre os fiéis
A movimentação na Praça de São Pedro foi intensa desde as primeiras horas do dia. Peregrinos de vários continentes aguardavam, com rosários nas mãos, a possibilidade de ver a tão esperada fumaça branca.
“Estamos rezando para que seja escolhido um Papa que dialogue com o mundo de hoje, sem perder a essência do Evangelho”, disse a italiana Maria Luisa Conti, que viajou de Florença com um grupo de paroquianos.
Do Brasil, o seminarista João Lucas da Silva expressou sua emoção: “É a primeira vez que acompanho um Conclave aqui em Roma. É impressionante sentir o quanto a Igreja é realmente universal”.
Análise de especialistas
Segundo o vaticanista espanhol Javier Martínez, “os primeiros votos servem para sinalizar tendências dentro do Colégio Cardinalício. A partir de amanhã, os nomes com mais apoio começam a se consolidar”.
A teóloga brasileira Irmã Helena Prado destacou que “mais do que um processo político, o Conclave é profundamente espiritual. Os cardeais estão em discernimento constante, em busca daquele que será, como se diz, o ‘servo dos servos de Deus’”.
Com mais votações previstas para esta terça-feira, a expectativa se renova. Enquanto isso, o mundo continua atento à fumaça que sairá da Capela Sistina — preta ou branca, sinal de impasse ou de esperança.
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