Morreu nesta sexta-feira (23), em Paris, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, aos 81 anos. Referência mundial no fotojornalismo e um dos maiores nomes da fotografia contemporânea, Salgado deixa um legado que transcende as imagens e se consolida como símbolo de ativismo ambiental, social e cultural. O Instituto Terra, fundado por ele e por sua esposa, Lélia Wanick Salgado, confirmou a morte do artista mineiro, nascido em 1944 em Aimorés, Minas Gerais.
Com uma carreira iniciada em 1973, Salgado percorreu mais de 100 países, retratando povos isolados, trabalhadores, refugiados e paisagens naturais com uma sensibilidade única. Seu trabalho ultrapassou o universo artístico, influenciando debates sobre justiça social, dignidade humana e preservação ambiental.
Para Marcus Nakagawa, professor da ESPM especialista em ESG, o fotógrafo não apenas documentou causas ambientais — ele as viveu. “Além de toda a parte cultural das fotos, esse patrimônio, o olhar de mundo, ele foi um ambientalista prático. Recuperou áreas degradadas em suas propriedades, plantou milhares de árvores e incentivou empresários a fazerem o mesmo. Ele não ficou só no ativismo visual, mas colocou a mão na terra e fez uma verdadeira revolução verde”, destacou Nakagawa.
Ricardo Pimentel, professor de fotografia da ESPM, ressalta a influência de Salgado na história da fotografia e nas gerações de fotógrafos que o sucederam. “É um legado extraordinário que transborda as fronteiras da fotografia. Ele transformou grandes causas humanas em verdadeiras obras-primas visuais. Inspirado por Henri Cartier-Bresson, foi além ao associar o compromisso estético com o ativismo social e ambiental. E isso tudo com a inestimável colaboração de Lélia, uma intelectual brilhante”, afirmou.
Pimentel relembra ainda o impacto do projeto de recuperação ambiental conduzido pelo casal no Vale do Rio Doce, que, apesar de ter sido interrompido pelo desastre da mineradora em Mariana, deixou um modelo replicado com sucesso em outras regiões. “A experiência mostrou que é possível reverter danos ambientais com método, ciência e sensibilidade. Salgado e Lélia provaram isso com ações concretas.”
O mundo também conheceu mais sobre a trajetória do fotógrafo por meio do documentário O Sal da Terra (2014), codirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, filho do artista. A obra foi indicada ao Oscar e premiada em Cannes, ajudando a perpetuar o nome de Sebastião Salgado entre os grandes pensadores visuais do século 21.
Com sua morte, o Brasil perde um de seus maiores embaixadores culturais. Mas o legado de Sebastião Salgado permanece vivo nas imagens que capturou, nas árvores que plantou e nas consciências que despertou.
Sobre a ESPM
A ESPM é uma escola de negócios inovadora, referência brasileira no ensino superior nas áreas de Comunicação, Marketing, Consumo, Administração, Economia Criativa e Tecnologia. Seus 12 600 alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação e mais de 1 100 funcionários estão distribuídos em quatro campi - dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre. Possui cinco unidades regionais em Belo Horizonte, Florianópolis, Goiânia, Salvador e Curitiba. O lifelong learning, aprendizagem ao longo da vida profissional, o ensino de excelência e o foco no mercado são as bases da ESPM.
Fontes: Marcus Nakagawa, professor da ESPM especialista em ESG e Ricardo Pimentel, professor de fotografia da ESPM
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