O nome de Dom Leonardo Ulrich Steiner, primeiro cardeal-bispo da Amazônia, ganha destaque no cenário internacional às vésperas do conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica. Consagrado por Francisco em 2022 como cardeal de Manaus, Steiner se tornou símbolo de uma Igreja voltada à justiça social, à preservação ambiental e ao diálogo com os povos originários. Nascido em Forquilhinha (SC), Steiner é hoje presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e foi protagonista, este ano, na 58ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde denunciou os ataques aos povos indígenas no Brasil e criticou duramente o Marco Temporal, aprovado pela Lei 14.701/2023. A escolha de Francisco ao elevá-lo ao posto mais alto da hierarquia eclesial na Amazônia não foi casual: o Papa via Steiner como representante de uma Igreja aberta, atuante e comprometida com os pobres e com o meio ambiente. Agora, com a vaga de sucessor aberta, Steiner está entre os nomes considerados para continuar a visão progressista e humanista deixada por Francisco, que defendia uma Igreja “em saída”, mais presente nas ruas do que enclausurada nos templos.
No entanto, apesar do apoio de ativistas como Nedinha Suruí, que vê em Steiner um fortalecimento da causa ambiental e indígena, e do respaldo de fiéis que preferem um papa “mais humano e moderno”, ele terá que enfrentar o conservadorismo de muitos cardeais europeus, maioria no conclave. Há resistência até dentro da própria Igreja brasileira, que ainda carrega contradições entre discursos de fé e práticas distantes das ações concretas, como apontam críticos que preferem o anonimato. Ainda assim, o nome de Steiner representa uma esperança para os que desejam a continuidade da linha pastoral de Francisco. Ao lado dele, outro nome forte é o do cardeal filipino Luis Antonio Tagle, também próximo de Francisco. A decisão caberá aos cardeais a partir do dia 7, quando se inicia oficialmente o conclave. Seja quem for o escolhido, muitos esperam que o novo pontífice mantenha viva a missão de uma Igreja solidária, humana e próxima dos mais vulneráveis.
Foto: Dhyeizo Lemos
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