Jesus é, sem dúvida, uma das figuras mais influentes e amplamente reconhecidas da história da humanidade. Embora mais comumente associado ao cristianismo — onde é venerado como o Filho de Deus e o Salvador — sua importância vai muito além das fronteiras dessa religião. No islamismo, por exemplo, Jesus (conhecido como Isa) também ocupa um papel de destaque, sendo considerado um dos maiores profetas de Deus.
Jesus no Islã: Profeta, Messias e Espírito de Deus
No Islã, Jesus não é visto como divino, mas como um mensageiro escolhido por Alá. Filho da virgem Maria (Maryam), ele é reverenciado como o "Messias", a "Palavra de Deus" e o "Espírito de Deus" — títulos que nem mesmo Maomé, o profeta final do islamismo, recebe. Sua história é marcada por milagres, sabedoria divina e uma vida de retidão, características que o distinguem dentro da tradição islâmica.
A Nobreza de Maria
Maria é uma figura central no islamismo, sendo a única mulher mencionada pelo nome no Alcorão. Um capítulo inteiro (Surah Maryam) é dedicado a ela, destacando sua pureza e importância. O nascimento milagroso de Jesus, concebido sem pai, é celebrado como um sinal do poder de Deus.
Os Milagres e a Infância de Jesus
Diferentemente do cristianismo, onde os milagres de Jesus começam após seu batismo, o islamismo o apresenta realizando prodígios desde a infância. Entre eles, está o famoso episódio em que ele molda pássaros de barro e lhes dá vida — relato também presente em textos cristãos apócrifos como O Evangelho da Infância de Tomé. Ainda recém-nascido, Jesus teria falado para defender a honra de sua mãe, mais uma vez demonstrando sua conexão divina.
A Missão e a Mensagem
Segundo a crença islâmica, Jesus foi enviado com o Injil (Evangelho), uma revelação divina que, com o tempo, teria sido corrompida ou perdida. O Injil original é visto como uma continuação da mensagem monoteísta pregada por outros profetas, como Abraão e Moisés. A missão de Jesus, portanto, não era fundar uma nova religião, mas reafirmar a fé em um Deus único.
A Crucificação e o Retorno
Um dos pontos mais divergentes entre cristianismo e islamismo está na crucificação. Para os muçulmanos, Jesus não foi crucificado, mas sim levado ao céu por Deus, sendo salvo desse destino. Algumas tradições sugerem que outra pessoa teria sido crucificada em seu lugar. Textos apócrifos, como O Evangelho de Judas, ecoam essa visão.
O islamismo também prevê o retorno de Jesus no fim dos tempos. Ele descerá do céu para derrotar o Dajjal (figura equivalente ao Anticristo), instaurar a paz e a justiça, e viverá até morrer naturalmente, sendo então enterrado ao lado de Maomé em Medina.
Jesus e Maomé: Laços Espirituais
Segundo hadiths (relatos das palavras e ações do profeta Maomé), Jesus é o profeta mais próximo de Maomé, tanto neste mundo quanto na eternidade. Ele é mencionado 93 vezes no Alcorão — mais do que Maomé — e sua imagem é cuidadosamente retratada em detalhes, com pele morena ou avermelhada, cabelo ondulado e um semblante sereno.
Pontes entre Crenças
Apesar das diferenças teológicas profundas, há muitos pontos em comum entre a visão cristã e islâmica de Jesus. Ambas o reconhecem como figura crucial, nascido de uma virgem e enviado por Deus. Essas semelhanças servem como pontes para o diálogo inter-religioso e para a construção de um entendimento mútuo mais respeitoso e informado.
Jesus continua sendo uma figura universal, cuja mensagem ressoa entre bilhões de pessoas ao redor do mundo — seja como o Salvador divino ou como um profeta de justiça e paz.
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