O governo do presidente Donald Trump anunciou na sexta-feira (21) que revogará o status legal temporário de mais de 530 mil imigrantes provenientes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela. A medida encerra um programa criado durante a administração de Joe Biden, que permitia a esses imigrantes entrarem legalmente nos Estados Unidos e trabalharem por até dois anos.
Fim do Programa Humanitário
O programa, conhecido como CHNV (iniciais dos países beneficiados), permitia que até 30 mil imigrantes por mês entrassem nos EUA desde outubro de 2022. A iniciativa visava oferecer uma alternativa segura e organizada para aqueles que fugiam de crises políticas e econômicas em seus países de origem.
Com a revogação do programa, os imigrantes afetados perderão sua proteção legal 30 dias após a ordem ser publicada no Registro Federal, o que deve ocorrer na terça-feira (25). Assim, eles terão até o dia 24 de abril para deixar os EUA, a menos que consigam outro tipo de autorização de residência.
Impacto e Críticas
A decisão do governo Trump gerou fortes críticas de grupos de direitos humanos e especialistas em imigração. Karen Tumlin, diretora do Justice Action Center, classificou a medida como "cruel e desnecessária", alertando que causará "caos e sofrimento a milhares de famílias".
A advogada especializada em imigração Nicolette Glazer destacou que apenas 75 mil dos beneficiários do CHNV protocolaram pedidos de asilo afirmativo. "A grande maioria desses imigrantes ficará sem status, sem autorização de trabalho e sujeitos à deportação", escreveu em sua rede social.
A Welcome.US, organização que auxilia imigrantes e refugiados, recomendou que os afetados busquem aconselhamento jurídico imediato para explorar possíveis alternativas legais.
Deportações em Massa
A revogação do CHNV faz parte da política mais ampla do governo Trump de endurecer as regras de imigração. Durante sua campanha presidencial, Trump prometeu realizar "a maior campanha de deportação da história dos EUA". No último fim de semana, o presidente invocou uma lei do século 18 para deportar supostos membros de gangues venezuelanas para El Salvador, aumentando as preocupações sobre medidas ainda mais rígidas contra imigrantes no país.
Além dos imigrantes do CHNV, a administração Trump também avalia revogar o status de proteção temporária de mais de 240 mil ucranianos que buscaram refúgio nos EUA desde o início do conflito com a Rússia.
Com a decisão, milhares de imigrantes que construíram suas vidas nos Estados Unidos enfrentarão incertezas sobre seu futuro, tornando a questão migratória ainda mais polarizada no país.
Foto: Anna Moneymaker/Getty Images
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