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Filme do ACNUR é premiado como melhor documentário pelo Festival de Cinema de São Paulo


Produção registrou a participação de 20 pessoas refugiadas nos ensaios do Salgueiro e no desfile oficial da escola na emblemática Marquês de Sapucaí durante o carnaval Rio 2022

O documentário “Resistência, a jornada dos refugiados no Carnaval do Rio” foi premiado como melhor documentário pelo São Paulo Film Festival, um reconhecido festival de cinema independente que, desde 2018, premia filmes nas categorias Animação, Documentário, Filme Narrativo, Filme Brasileiro, Filme de Estudante e Filme Indicado pela Audiência.

Dirigido por Beca Furtado, produzido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pela produtora Rec Design, “Resistência” narra a histórica participação de 20 pessoas refugiadas de cinco diferentes nacionalidades que passaram a vivenciar a cultura brasileira em uma de suas essências: o Carnaval carioca.

Mulheres, homens e adolescentes da Angola, Marrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela participaram dos ensaios de rua e na quadra do GRES Acadêmicos do Salgueiro para aprender a ter samba no pé, misturando com os sotaques das tantas culturas e alegria que caracterizam a população refugiada. As pessoas refugiadas que participaram do desfile foram selecionadas pelas Aldeias Infantis SOS Brasil e pela Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e, organizações da sociedade civil que são parcerias do ACNUR no acolhimento, atendimento e proteção desta população no Estado do Rio de Janeiro e na capital fluminense.

“Para a maioria das pessoas, ser um refugiado parece algo triste, mas isso é pura felicidade”, disse Yves Abdalá, refugiado congolês logo após ter desfilado no Sambódromo em traje de inspiração rastafári que compôs a ala na Dom Obá II D´África. “Atuar com outros refugiados de todo o mundo me encheu de energia”, completou.

O enredo do Salgueiro, “Resistência”, apresentou na Avenida mensagens e marcos da capital fluminense para que a sociedade pudesse discutir saídas dignas para os efeitos da escravidão no país, representando a disputa pelo território, pelo pertencimento e identidade que dialogam com as demandas das pessoas refugiadas.

“Apesar de o enredo falar sobre a resistência preta, nós estamos pedindo respeito, valorização e reconhecimento a todas as minorias, o que inclui as pessoas refugiadas. O Brasil é um país que acolhe, mas que precisa dar oportunidade de crescimento a todos aqueles que chegam por aqui”, afirmou o presidente do Salgueiro, André Vaz.

O documentário “Resistência” foi inscrito em outros festivais no Brasil e no exterior. A produção do documentário acompanhou o processo de acolhida do Salgueiro aos refugiados que, em pouco tempo, já se sentiram como pertencentes da escola de samba, ainda mais depois de assistirem ao documentário, em uma projeção feita exclusivamente para eles.

“Eu fiquei realmente emocionada de ver como ficou o filme e me senti mais acolhida depois de participar do carnaval, mais confiante em mostrar quem eu sou. Eu sempre sonhei em estar na Marquês da Sapucaí, na maior festa do Brasil”, relatou a angolana Filomena.

O ACNUR e o GRES Acadêmicos do Salgueiro estão em diálogo para novamente viabilizar a participação de pessoas refugiadas no desfile do próximo ano, evidenciando toda a força de vontade e compromisso de quem foi forçado a se deslocar para assegurar meios pelos quais possam se desenvolver e agregar suas culturas e valores à diversidade da sociedade brasileira.

“O carnaval é uma inspiradora festa de apelo global, mas também um meio de inclusão das pessoas de diferentes credos, classes, raças e opiniões que se juntam para um bem comum, para a entrega de um desfile onde todos estão juntos, em harmonia, apoiando-se para o sucesso da escola, por um samba vibrante. Essa é a postura que as sociedades deveriam assumir de forma mais ampla pela integração das pessoas refugiadas”, afirma Jose Egas, Representante do ACNUR Brasil à época do desfile.

 

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