Comunicado da Casa Imperial por ocasião das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil
As comemorações do Bicentenário de nossa Independência – abrilhantadas pela peregrinação do coração de Dom Pedro I – deve representar o marco inicial de uma nova era para nossa grande Nação.
Passadas as turbulências de uma juventude nem sempre judiciosa, o Brasil deve doravante embrenhar-se – cheio de idealismo e de vigor – na vida adulta de sua história, num contexto global extremamente desfavorável.
De fato, a situação atual é caracterizada pela crise existencial do mundo Ocidental e Cristão, do qual o Brasil se gloria em fazer parte. Uma crise que se reveste de especial gravidade pela convergência de diferentes e simultâneas ameaças.
Do ponto de vista da política externa, a emergência de novos poderes mundiais de cultura neopagã, frequentemente dominados por ideologias totalitárias, avança sobre a nossa soberania. Ao mesmo tempo, o agravamento de conflitos militares e de confrontações políticas levanta o espectro de uma nova guerra mundial com a possibilidade do uso até mesmo de armas atômicas. A fraca estabilidade internacional que vigorou desde o final da II Grande Guerra parece esgotada. Desequilíbrios sociais, políticos, econômicos e financeiros somam-se a esse quadro e, com a celeridade da internet, disseminam a sensação de estarmos no final de uma era Histórica.
Do ponto de vista da política interna, o Brasil é ameaçado também pelo retorno de uma ideologia totalitária que havia sido banida da política nacional mercê de manifestações multitudinárias.
Usando uma expressão do saudoso Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, líder católico que tanto defendeu nosso país contra ideologias estranhas que o ameaçavam, era a manifestação de um Brasil profundo desejoso de ser fiel a si mesmo, ao seu passado, às suas tradições.
Não por acaso, nessas grandes manifestações desse Brasil profundo, dois de seus brados ecoaram pelos quatro cantos do país: “quero o meu Brasil de volta” e “nossa bandeira jamais será vermelha”.
Nos períodos de crise, as nações precisam de regimes políticos estáveis, de estadistas guiados pelos grandes interesses nacionais de longo prazo, assim como de populações capazes de resistir à pregação de “iluminados” que, aproveitando-se das tensões do momento, propõem soluções quiméricas.
Porém, acima de tudo, as nações precisam do auxílio d’Aquele cujo trono é o Céu e tem a terra como escabelo para seus pés, pois, como diz o conhecido salmo, “se o Senhor não edificar a casa, é em vão que trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, inutilmente vigia a sentinela”.
Para obter essa ajuda do alto, é preciso que a sociedade brasileira, e particularmente suas elites sociais, se mobilizem desde já num esforço de regeneração moral e espiritual, de molde a atrair para o país a benevolência e a misericórdia divinas, e que ela o faça pedindo a intercessão de sua Padroeira e advogada celeste, Nossa Senhora Aparecida, a quem Dom Pedro I consagrou nosso país ao pedir pela sua Independência.
É com esse intuito que aproveito as celebrações do Bicentenário de nossa Independência para anunciar que, no próximo 13 de maio, estarei humildemente aos pés do verdadeiro e divino Redentor, no seu santuário do Corcovado, para ali consagrar solenemente o Brasil ao Sagrado Coração de Jesus, enquanto Chefe da Casa Imperial.
A data não poderia ser mais simbólica, pois se celebrará o 135° aniversário da Lei áurea com a qual a minha bisavó, a Princesa Isabel, proclamou a libertação dos escravos. Com esse ato, ela sabia que poderia perder a coroa, mas consolidava um processo iniciado desde a Lei do Ventre Livre, quase 20 anos antes, de libertação de um povo que constituía parte do Brasil.
De fato, ela perdeu a coroa, mas ficou cognominada como “a Redentora”. Pouco conhecido do público foi o episódio que disso resultou. Quiseram erguer, em sua homenagem, um monumento à “Redentora”. Todavia, como católica fervorosa, respondeu que um tal monumento deveria ser erigido ao Redentor da humanidade ― o Cristo Redentor, e no alto do Corcovado.
O Brasil, enquanto unido a Portugal, já havia sido consagrado ao Sagrado Coração de Jesus pela Rainha D. Maria I, avó de D. Pedro I e minha hexavó. Mas, como nação independente, essa Consagração será feita agora, neste próximo dia 13 de maio de 2023.
Nesse ato, estarei representando o conjunto da sociedade brasileira, formada pela união de diversos povos que aqui, admiravelmente, se uniram para formar a nacionalidade sob o influxo de nossos Imperadores.
Certo de contar com o beneplácito dos Exmos. Srs. Arcebispos e Bispos do Brasil e pedindo sua benção para essa iniciativa, exprimo minha absoluta certeza, ancorada na Fé, de que essa consagração da nossa Pátria ao Sagrado Coração de Jesus atrairá para ela o favor divino, permitindo-lhe assim atravessar incólume as graves tormentas que se acumulam no horizonte, para assim poder servir como um dos principais alicerces daquela Cristandade renovada anunciada nas aparições de Nossa Senhora em Fátima, cuja festa também é em 13 de maio, com estas esperançosas palavras: Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!
Dom Bertrand de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil
12 de outubro de 2022
Festa de Nossa Senhora Aparecida
Rainha e Padroeira do Brasil
Com o apoio de
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Liga Cristo Rei - Centro Dom Bosco
Brasil Paralelo
União Brasileira de Juristas Católicos
Associação Regina Fidei
Centro Universitário Ítalo-Brasileiro
Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus
Pró Monarquia
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