Maxime Hauchard é visto com frequência nos vídeos do EI. (AFP/Twitter) |
“Brasil, vocês são o próximo alvo. Podemos atacar esse país de m…”, diz publicação do perfil do Twitter que tinha como dono Maxime Hauchard, de 22 anos, datada de uma semana após os atentados de Paris, em novembro do ano passado.
Na última quarta-feira (13), a Abin confirmou que a conta realmente pertence ao terrorista francês que aparece decapitando sírios em vídeos do grupo jihadista. A administração do Twitter, porém, suspendeu recentemente as atividades do perfil.
“Monitoramos e percebemos que o perfil realmente era do Maxime, um dos líderes do Estado Islâmico. A partir do momento da postagem, houve uma maior intensidade nos discursos de agressividade dos autoproclamados seguidores do grupo terrorista no Brasil”, disse o diretor de Contraterrorismo da Abin, Luiz Aberto Sallaberry, na Feira Internacional de Segurança, no Rio, em declaração reproduzida pelo jornal O Dia.
“Maxime é uma espécie de garoto-propaganda do Estado Islâmico. Saiu de um vilarejo no interior da França para a Síria, aos 18 anos, onde se integrou ao terrorismo. É o segundo na linha de comando de decapitadores e gosta de dizer que ‘é como estar no Éden’ fazer parte do grupo”, completou o diretor para uma plateia de especialistas em segurança.
Sallaberry ainda informou que há um número cada vez maior de brasileiros que se interessam em se juntar ao grupo que prega a supremacia do Islã. Com a realização das Olimpíadas na capital fluminense este ano, a preocupação com possíveis ataques é bastante real. Das delegações, dez são consideradas “alvos prováveis” para eventuais atentados, entre elas Estados Unidos, Canadá e também o anfitrião Brasil.
O diretor da Abin também garantiu que, uma vez que os brasileiros fazem o juramento do Estado Islâmico, eles estão “dispostos a cometer qualquer atentado violento em nome do grupo”, independentemente se a ordem for dada presencialmente ou via internet.
Para evitar possíveis ataques, a agência intensificou ações junto a setores como hotelaria e transporte a fim de facilitar a identificação de terroristas. Entretanto, Sallaberry tratou de acalmar o público no fim de sua apresentação: “Não estou dizendo que vai acontecer um atentado. Estou dizendo que é a primeira vez que a probabilidade aumentou sobremaneira no nosso país”.
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