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#4BlogProg e a babaquice da mídia

Não tenho conhecimento - corrijam se houver alguma - de qualquer obra de construção de metrô especialmente feita para acesso de torcedores aos estádios nos jogos da Copa. Onde já há metrô podem ter sido feitas algumas passarelas ou vias de ligação, mas se existem algum caso de conexão metrô-estádio da Copa é o de São Paulo, onde o local escolhido para construir o estádio é próximo de duas estações (Corinthians-Itaquera e Artur Alvim) e não o contrário. Logo, a declaração de Lula foi absolutamente metafórica, sem nenhuma relação com alguma exigência deste tipo sobre estádios.

Qualquer repórter ou pessoa presente, como eu estava, no encontro de blogueiros hoje, em São Paulo, entendeu o que Lula queria dizer: que se fica atrás de um perfeccionismo que não é, absolutamente, o desejo de um espectador de um jogo de futebol, ainda mais de jogos que serão, todos, televisionados.O torcedor de uma Copa do Mundo quer, sim, conforto e segurança, mas quer essencialmente futebol e festa, os dois ingredientes de um torneio mundial. E quer hospitalidade no país que estão visitando, conhecer seus hábitos e cultura. Mas a “coxice” da imprensa brasileira pegou a frase e a isolou, para que parecesse um desprezo de Lula pelo transporte público, numa fala em que ele, diversas vezes, destacou os investimentos em mobilidade urbana.

Curioso é não ler nestes jornais o absurdo que é, por imposição da Globo, termos jogos no meio de semana se iniciando às 22 horas, para terminarem por volta de meia-noite, proscrevendo dos estádios o torcedor humilde, que mora na periferia e trabalha cedo no dia seguinte. Ou o “assado” que se faz obrigando times de futebol e torcedores a derreterem, no verão, em jogos marcados ainda com o sol a pino, para atender ao horário que convém à Rede Globo. Aí não é babaquice, é sacanagem, mesmo e não são muitas as vozes que se levantam contra esse absurdo. Se algum erro cometeu Lula foi o de não praticar a hipocrisia tão comum neste País. E de não se cuidar de uma imprensa que não é capaz de ouvir um discurso senão à espera de algo que possa ser explorado de forma sensacionalista, fora do contexto e do sentido em que foi dito.

Texto por Fernando Brito, no blog Tijolaço

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