Leis mais rígidas contra a pirataria e maior
fiscalização sobre o compartilhamento de arquivos podem se tornar o
marco de uma era completamente diferente na internet.
A internet pode estar vivendo uma de suas mais
importantes fases de transição, capaz de mudar de uma vez por todas a
maneira como todo mundo se relaciona com a rede. Os projetos de lei
norte-americanos SOPA e PIPA, juntamente com o ato internacional ACTA, somados ao fechamento do Megaupload deixaram os internautas apreensivos sobre os rumos que a rede deve tomar nos próximos meses.
As primeiras mudanças já podem ser sentidas na prática por quem
costuma baixar e compartilhar arquivos em grande volume. A retirada do
Megaupload do ar eliminou por consequência o conteúdo de sites inteiros
que apontavam para o serviço. Além disso, com medo de represálias,
diversos outros sites concorrentes optaram por tirar do ar arquivos de
procedência duvidosa ou claramente ilegal.
O fim da pirataria: realidade ou ilusão?

Acabar com a pirataria na rede não é uma tarefa simples e,
certamente, isso não vai acontecer da noite para o dia. O fechamento de
sites de compartilhamento de arquivos pode, de fato, ajudar a minimizar o
problema, uma vez que limita o acesso a esse tipo de conteúdo, em
especial por parte de internautas menos experientes que têm receio de
usar programas complementares para baixar arquivos.
Contudo, o fato de minimizar o acesso ao conteúdo é somado a outro
fator que pode incomodar ainda mais a população: o cerceamento às
publicações e a vigilância constante de tudo aquilo que é postado na
rede.
Caso o SOPA fosse aprovado, sites como o Facebook
necessitariam de moderação para aprovar o conteúdo ou então poderiam
ser responsabilizados por disponibilizar a sua plataforma para
divulgação de um link para um download ilegal. Obviamente, algo inviável
para redes sociais desse porte.
Não adianta me exterminar, outro vem em meu lugar. Será mesmo?
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(Fonte da imagem: NASC) |
Para muitos, o fim dos sites de compartilhamento sem censura não é um
grande problema, apenas torna as coisas um pouco mais difíceis. O
compartilhamento de arquivos P2P, os famosos torrents, permanece
inalterado, fazendo com que os semeadores mantenham de forma agressiva
seus downloads sem controle algum.
Contudo, até mesmo os torrents podem ser ameaçados, caso o governo
decida realmente agir. Uma das ideias das leis antipirataria é controlar
em maior escala nomes de arquivos e tráfego diretamente a partir do
provedor. No caso dos nomes, o cerco se fecharia com o bloqueio de
compartilhamento de arquivos cujas nomenclaturas fossem similares às de
obras com direito autoral.
Outra proposta é a de regular diretamente junto aos provedores o
tráfego utilizado. Assim, caberia à empresa de internet gerenciar o seu
IP e decidir se você pode ou não compartilhar um determinado tipo de
arquivo, uma espécie de processo de certificação antes do download e do
upload.
A proposta dificultaria a propagação de arquivos de duas formas:
dificultando a busca e localização de arquivos, para os menos
experientes, e dificultando o compartilhamento, para os mais
experientes.
O golpe final: colocando fim às buscas

“Se não está no Google, não está na internet”. A máxima que se refere
à eficiência do motor de buscas da Google poderia ser o golpe final
para praticamente acabar de uma vez por todas com a pirataria na rede.
Grandes buscadores como o Google
e o Bing podem ser censurados para que não retornem ao internauta
páginas que contenham links de download para conteúdos que infringem as
leis de direito autoral.
Se você imagina que isso é impossível, saiba que a situação é
perfeitamente cabível. Basta analisar como funciona a internet na China,
onde diversos tipos de conteúdo são bloqueados. Sem poder encontrar
links e arquivos torrent nos mecanismos de busca, nem compartilhar
arquivos diretamente via P2P, a tendência é que os arquivos que violam
as leis de direito autoral se tornem escassos na rede.
Obviamente, nada disso impede que o comércio paralelo e ilegal de CDs
e DVDs prospere, ainda que haja maior fiscalização sobre ele.
Entretanto, se não é possível conscientizar os internautas quanto ao uso
de conteúdo ilegal na rede, a solução encontrada pelos órgãos
governamentais foi a de censurar direto na fonte tudo aquilo que as
pessoas fazem na rede.
E agora?
Como fica a internet sem tudo aquilo que você estava acostumado a
baixar? Para muitos, não poder dispor de arquivos de filmes, livros e
músicas na hora que bem entender apenas fazendo uma simples pesquisa no
buscador já é motivo para cancelar a assinatura da franquia de dados.
Entretanto, como muitas mudanças ocorridas na rede, é bem provável
que todos se adaptem e novas maneiras de compartilhar arquivos surjam
nos próximos anos. Talvez a pirataria tenha chegado ao fim, ao menos da
forma como conhecemos, mas isso não significa que as gravadoras e os
estúdios de cinema possam comemorar vitória. Afinal, quem está ganhando
com isso?
Fonte original Baixaki o melhor site de download do Brasil
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