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Deixe o carro em casa. Só por um dia


As pessoas só vão deixar os carros em casa e andar de ônibus quando tiverem um transporte atrativo
Foto: Clemilson Campos/ JC Imagem

Mais um Dia Mundial Sem Carro acontece nesta quarta-feira (22) e mais uma vez não temos o que comemorar. Em Pernambuco nada será feito pelo poder público para estimular as pessoas a deixarem seus carros em casa e utilizarem outro tipo de transporte para chegar aos seus destinos. Seja ônibus, metrô, bicicleta ou até mesmo carona. A data ainda não é conhecida de muitas pessoas, embora aconteça desde 1998 na França, e falta coragem ao poder público para tomar atitudes que desestimulem o uso do automóvel e incentivem o transporte público, por exemplo.

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) ainda não se recuperou da confusão criada com o fechamento ao tráfego da Rua Benfica, ainda no início da primeira gestão do prefeito João Paulo. Eixo de ligação da Zona Oeste com o Centro do Recife, a interdição da via provocou um congestionamento monstruoso na Avenida Caxangá. Sobrou até para a mãe do então prefeito. Calejada desde então, a CTTU não quer nem ouvir falar da data. Já mandou avisar que não fará nada nesta quarta, nem mesmo uma dessas ações educativas que o poder público adora fazer e que de pouco servem por serem tímidas.

O Detran-PE vai na mesma linha. A assessoria de imprensa informou que nenhuma atividade acontecerá. Ou seja, a nós pernambucanos e, especialmente, recifenses, cabe a iniciativa própria, individual. Experimente deixar o carro em casa neste dia 22. Pegue um ônibus ou o metrô. Não e tão difícil. Saia mais cedo de casa, se programe e contribua com essa proposta. É só um dia. Não mata ninguém.

No Rio de Janeiro, entretanto, o dia será lembrado com atitudes concretas, que realmente mostram a importância de reduzir o uso do automóvel nas cidades. Mais de duas mil vagas terão o estacionamento proibido, o que representa o dobro da proibição feita em 2009, quando a cidade também comemorou a data. Além disso, não haverá estacionamento dentro da prefeitura. O governo municipal carioca resolveu ampliar a proibição exatamente porque sentiu a receptividade da população em 2009. O município também vai restringir a velocidade a 30 km/h em nove bairros das Zonas Oeste, Norte e Sul, para permitir o tráfego de bicicletas e carros em uma mesma via. Que muitas cidades sigam o exemplo.

Não que atitudes como essas sejam a solução para a era do culto ao automóvel. Sabemos que as pessoas só vão deixar os carros em casa e andar de ônibus quando tiverem um transporte atrativo. Mas é preciso fazer alguma coisa. É algo como guardar o lixo no bolso ou no carro em vez de jogá-lo na rua. Alguém precisa começar. O certo era o poder público divulgar a data, mostrar o custo de uma sociedade do automóvel, seja para a saúde, meio ambiente ou para o bolso do cidadão. O que não pode é fingir que nada está acontecendo. Se os governos divulgassem o Dia Mundial Sem Carro ajudaria muito a conscientizar a população. Seria um começo. É uma pena que seja assim. Mas faça sua parte. Nesta quarta-feira (22) deixe seu carro em casa.

Experimente deixar o carro em casa. Pegue um ônibus ou o metrô. Não é tão difícil. Saia mais cedo de casa, se programe e contribua com essa proposta. É só um dia. Não mata ninguém

SERÁ QUE FICAREMOS QUE NEM ELES?
Pesquisa divulgada semana passada revelou que o paulistano perde quase três horas por dia no trânsito. O tempo médio de deslocamento de quem nasce na cidade de São Paulo para realizar sua atividade principal do dia (como ir ao trabalho ou à escola) caiu 6 minutos, passando de 1 hora e 57 minutos, em 2009, para 1 hora e 49 minutos, em 2010. Ainda assim, ele gasta, em média, 2 horas e 42 minutos para fazer todos os deslocamentos diários — um minuto a menos do que gastava no ano anterior. Os dados são da quarta edição da Pesquisa do Dia sem Carro, do Ibope, encomendada pelo Movimento Nossa São Paulo. Enquanto 27% gastam entre uma hora e uma hora e meia para fazer sua atividade principal, 11% dos entrevistados gastam mais de três horas.

O morador da capital está insatisfeito com o trânsito. Para 68%, a situação é ruim ou péssima, três pontos percentuais a menos do índice registrado em 2009. O levantamento mostrou que 68% dos paulistanos entrevistados são favoráveis à construção ou à ampliação de linhas de metrô e trem. No entanto, o aumento dos dias de rodízio e a introdução do pedágio urbano não são consideradas medidas eficazes para melhorar a fluidez do tráfego. 56% são contra o rodízio de dois dias e 78% são contra o pedágio urbano. A pesquisa também mostrou que o paulistano quer prioridade ao transporte publico e que a maioria aceita deixar o carro em casa se o serviço melhorar.

JÁ TEMOS 15 MILHÕES DE MOTOS
Levantamento da Abraciclo feito em cima de dados de abril revelam que 20% da frota veicular nacional já é de motocicletas, o que significa 15 milhões de unidades. Diante desses números, a entidade levantou a seguinte questão semana passada: se há vias sendo preparadas para esses veículos. A Abraciclo pondera que as vias brasileiras precisam ser preparadas para o tráfego de motocicletas. Que a atenção a esse veículo tem de ser séria e levada em consideração no projeto e na definição das vias de circulação, como forma de evitar acidentes e minimizar suas consequências. O número de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito representaram, só em 2010, 8 mil. A entidade lembra que existem inúmeros exemplos que passam despercebidos e afetam diretamente a segurança dos condutores, como bueiros abertos, desníveis em pistas, reparos mal feitos, trilhos em calçadas etc. A Abraciclo ainda cobra um melhor preparo do condutor motociclista, que precisa desenvolver habilidades específicas. Denuncia que a aprovação em autoescolas não leva em consideração esses aspectos, inclusive a postura e a dinâmica entre o motociclista e a moto que são fatores importantíssimos na boa condução da motocicleta. Todos esses aspectos - as vias, o veículo e o homem – estarão em debate no painel Duas Rodas, realizado no dia 7 de outubro, durante o Congresso SAE BRASIL, em São Paulo.

PREÇO DAS CADEIRINHAS DISPARAM
A Lei das Cadeirinhas, que entrou em vigor em 1º de setembro, aumentou a procura por acessórios de segurança infantil em automóveis e, consequentemente, o preço deles. Pesquisa feita pelo site de compras BucaPé (www.buscape.com.br) revelou um aumento de ate 25% no valor dos produtos. Um levantamento comparativo apontou uma diferença que pode chegar a 45%. A pesquisa usou como base o mercado de São Paulo, mas serve para todo o Brasil porque o aumento da demanda é nacional. Portanto, para os atrasadinhos vale a dica de pesquisar bastante antes de comprar. A partir de agora, quem trafegar com o veículo sem os equipamentos de segurança poderá levar multa de R$ 191,27 e sete pontos na carteira de habilitação.

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