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Biblioteca Pública de Limoeiro pede socorro

Bons tempos aqueles em que nós estudávamos e a noite ou até mesmo durante o dia nós íamos para a biblioteca Publica estudar e fazer grupos de estudos. Lembro-me bem quando a mesma era no prédio pertencente à FACAL e situava-se próximo a rodoviária municipal e logo após foi transferida para o prédio onde hoje está situado o CDL Limoeiro e hoje ela está na Av. Vigário Pinto, ao lado de Elpidio das Bicicletas. Muitos alunos hoje sentem falta da Biblioteca pública, mas o seu fim ainda não será desta vez, é o que nós esperamos! Ela concorre diretamente com a Internet e talvez este tenha sido um dos fatores que levou ela ao estado em que se encontra. Um município sem educação não evolui nem traz benefícios algum para seus moradores. Mesmo que ela não tenha livro, nem alguém para auxiliar, que pelo menos tenha o espaço para os alunos estudarem. Vamos por a mão na consciência e ver o que pode ser feito por uma parte da educação. Não joguemos ao léu um lugar que ajudou e ainda ajuda muitos estudantes. Quem poder e tiver poderia conseguir livros de didáticos e fazer uma pequena doação e uma boa ação para todos que necessitam de educação.

“Um País se faz com homens e livros”. A frase do escritor Monteiro Lobato remete a sociedade para a necessidade da leitura. Em outro plano educacional, o Governo Federal investe numa mídia que diz: “Brasil, um País de leitores”. Mas, será que em Limoeiro, na “terra amada, pedaço do meu Brasil”, como diz o próprio hino, o pensamento de Lobato está sendo colocado em prática? Se o olhar se voltar para a Biblioteca Pública Municipal Doutor Cícero Barreto Coutinho Silveira, a resposta será negativa.

Funcionando com uma pequena parte de sua capacidade, o ponto de encontro dos estudantes limoeirenses vem enfrentando dificuldades desde o mês de janeiro do ano em curso, quando o espaço se preparou para uma reforma, que até o momento não aconteceu. E nesse “livro”, a página de melhores condições de estudo para os alunos teima em não chegar.

A reportagem do JVN visitou a biblioteca e encontrou os livros didáticos e pedagógicos, que inclusive são os mais utilizados, todos encaixotados. Um cartaz no portão de entrada (foto abaixo) comunica aos visitantes que apenas os livros de ficção e poemas podem ser emprestados, haja vista, que apenas esses segmentos ainda ocupam as poucas prateleiras que estão armadas. De acordo com funcionários do estabelecimento, nos trabalhos de pesquisa, o aluno tem que utilizar o seu próprio material e, para aqueles que não dispõem dessa fonte de estudo, o que resta é procurar no dicionário o significado da palavra paciência.


A estrutura física do prédio onde funciona a biblioteca tem apresentado muitas goteiras, o que tem atrapalhado o andamento das leituras e das pesquisas. Ainda de acordo com os servidores da casa, um serviço de retelhamento foi feito, mas que não solucionou o problema. Anteriormente, o espaço recebia, em média, mil estudantes das três redes de ensino por mês. Mas com a limitação de livros e a pouca estrutura, esse número reduziu drasticamente. Na biblioteca eram desenvolvidos projetos que estimulam a leitura, a exemplo da Hora do Conto. Porém, por conta da atual situação, a atividade pedagógica também está encaixotada.

Em 2006, foi criado o prêmio Estudante Leitor Infantil, que teve como objetivo premiar os alunos mais assíduos da biblioteca, tanto nas leituras e nas pesquisas, como nos empréstimos e devoluções dos livros. Entretanto, uma vírgula foi colocado no projeto pedagógico. E diante dessa situação, os estudantes estão passando cada vez mais longe da biblioteca pública da cidade.

A reportagem do JVN conversou com o secretário de Cultura e Juventude de Limoeiro, Radamés Moura, que reconheceu a difícil situação da biblioteca e atribuiu ao espaço físico da casa um dos principais motivos da deficiência. “O espaço não comporta a biblioteca para a prestação de um serviço de qualidade”, disse. Para ele, a esperança de dias melhores está depositada na elaboração de um projeto cultural. “Apresentamos ao Ministério da Cultura a necessidade de termos a nossa biblioteca num espaço público realmente de qualidade, assim como era antes. Estamos efetuando o levantamento da documentação do antigo prédio da biblioteca (onde hoje funciona a biblioteca da Facal), para que possamos fazer uma ampliação e atender não só o público do município, como também da faculdade", explicou. Segundo o secretário, técnicos do Ministério já estiveram em Limoeiro em visita ao prédio indicado no projeto para uma avaliação estrutural.

Ao reporta-se ao atual local de funcionamento da biblioteca pública, Radamés revelou que o prefeito de Limoeiro, Ricardo Teobaldo, já autorizou a abertura de um processo de licitação, para que as intervenções necessárias sejam realizadas. “Sabemos que enquanto o espaço da biblioteca não for ampliado temos que melhorar o atual local”, sublinhou Moura, que mesmo em meio aos problemas, lembrou da chegada de novos livros doados pelo Ministério da Cultura e pela Biblioteca Pública do Estado, o que reforçou o acervo bibliotecário.

Indagado sobre a limitação de livros disponíveis nas prateleiras, o secretário disse ter sido proveniente de uma ação programada. “Para nossa surpresa, o número de livros existentes na biblioteca é bem maior do que o que estava sendo informado anteriormente. E esse empacotamento foi uma orientação nossa, para que fosse possível realizar o inventário e, consequentemente, sabermos exatamente o que existe disponível e a quantidade”, explicou. Radamés adiantou que logo após a reparação da infra estrutura da biblioteca os livros voltarão às prateleiras, mas até o momento sem data definida.

Texto Adaptado: Márcio Wanderley
Texto Original: Alfredo Neto / Foto: Erivaldo Carvalho
Matéria publicada na Edição 75 do Jornal Viver Notícias

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