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Vale a pena estudar tecnologia da informação?

Este artigo é uma resposta as dezenas de emails e comentários que de certa forma trazem sempre a mesma questão: Devo investir tempo e dinheiro em uma formação na área de computação? Alguns comentários me levaram a crer que muitas pessoas ainda acreditam que estudantes de informática e tecnologia passam anos na faculdade apenas para montar uma lan house no quintal de casa ou uma lojinha de formatação de computadores.

Mercado

A falta de profissionais aptos a lidar com o mercado de trabalho mais veloz e com conhecimento técnico tido como adequado está colaborando para a revisão de práticas e pré-conceitos relacionados aos executivos. Esse cenário já levou algumas companhias a optarem por trazer de volta à vida corporativa profissionais já aposentados. Este é o resultado de pesquisa realizada pela DBM, consultoria especializada em capital humano.

O Brasil formará apenas 53 mil profissionais de Computação e Processamento de Tecnologia da Informação em 2011, quando neste mesmo ano, o país precisaria contar com 520 mil profissionais qualificados na área. Não à toa, a formação de mão-de-obra é considerada o calcanhar de aquiles para o Brasil reivindicar uma colocação melhor no ranking mundial de serviços de TIC.

Os dados fazem parte da quarta edição do Índice Brasil para Convergência Digital, produzido pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação.

Os números foram tabulados a partir de dados oficiais de ministérios e de órgãos como IBGE e DIEESE, por exemplo, apuram ainda um dado que pode ser considerado “vergonhoso” para o Brasil: São formados 750 mestres por ano e 110 doutores. Número bem abaixo de vários outros países, inclusive, com economias inferiores às nossas.

Na devida proporção, observa Roberto Ramos, responsável pela consolidação dos números para a edição do Índice, a China, anualmente, forma cerca de 30 mil profissionais em Tecnologia da Informação.

O Índice Brasil para Convergência Digital existe para mostrar os níveis de penetração das TIC na sociedade brasileira. Referente ao ano de 2007, a quarta edição mostra que o índice brasileiro alcançou a marca de 5,85, quando em 2006, ficou em 5,80 - um incremento pequeno e fomentado pelas telecomunicações e pelo aumento de conectividade (oferta de banda larga, principalmente, nas grandes cidades).

Com esse percentual, no entanto, o Brasil fica bem distante de países como Espanha, Estônia e Portugal, que estão com índice entre 6,50 e 6,90. Para que o país, em 2010, pudesse alcançar essa marca, algumas medidas, observa a Brasscom, deveriam ser implementadas com o suporte do poder público - federal, estadual e municipal - e da iniciativa privada.

Entre elas, a geração de vagas nos principais cursos relacionados com a TI na rede pública; ampliar a participação das FATECs e CEFETs na formação de nível técnico superior em TI e utilizar os recursos de TI como ferramenta pedagógica para alunos e professores visando à melhoria da qualidade do ensino fundamental e médio.

“Um país sem educação não almeja chegar a lugar nenhum. Não basta dar ferramentas é preciso fomentar o conhecimento. Este é o maior desafio do Brasil”, sinaliza o presidente da Brasscom, Antonio Carlos Gil.

Salários

No início de novembro, a consultoria de gestão em negócios Hay Group divulgou os resultados de sua pesquisa anual Top Exec. De acordo com o levantamento, o salário base médio dos diretores de Tecnologia da Informação (TI) aumentou 8,5% em 2008. E o total recebido em dinheiro, que inclui também bonificações, evoluiu 13,7% na comparação com 2007.

Já a empresa de recrutamento Robert Half apresentou esta semana o guia 2008/2009 de salários dos profissionais de tecnologia no Brasil, incluindo desde especialistas em infra-estrutura e profissionais de segurança, até gerentes de projetos e diretores de TI. As remunerações apresentadas pela Robert Half variam de R$ 3 mil a R$ 36 mil, conforme os cargos, porte das empresas e tempo de experiência.

Para a elaboração do guia, a empresa considerou apenas os salários médios de profissionais contratados sob regime de CLT na área de TI em 2008. As cifras mencionadas não incluem bônus ou outros benefícios recebidos pelso profissionais entrevistados.

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Estímulos

Os ministros da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, assinaram nesta terça (11), no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o documento que consolida o Projeto ForSoft.

Desenvolvido como experiência piloto desde 2006, com a participação da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o projeto visa a formação de jovens, recrutados em comunidades carentes, como programadores de computador em nível médio. O programa conta com a ajuda de empresas de todo o Páis, que apóiam o Forsoft financeiramente e com a contratação dos jovens formados.

O projeto-piloto utilizou metodologia de Ensino à Distância (EAD) e proporcionou o desenvolvimento de material pedagógico - apostilas e gravação de aulas em DVD - que congrega todas as matérias necessárias para a formação dos alunos.

Regulamentação

A audiência pública para debater o PLS 607/07, que trata da regulamentação da profissão de Analista de Sistemas, foi uma demanda solicitada pelos profissionais da área. A informação foi divulgada pelo autor do requerimento, senador Jarbas Vasconcelos(PMDB-PE), para a reportagem do Convergência Digital, nesta quarta-feira 22/10, após a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deveria ter votado o relatório do Senador Marconi Perillo (PSDB/GO).

O senador explicou que a audiência vai ampliar a discussão sobre o tema - que não é consenso na categoria e dirimir as dúvidas relativas à iniciativa. “A proposta é polêmica e o debate ajudará a esclarecer essa controvérsia”, comentou. Jarbas Vasconcelos ressaltou que vai atuar de forma que a Audiência Pública possa vir a ser realizada o quanto antes. “A solicitação de audiência não tem nenhum sentido protelatório”.

Ao ser instigado a fazer uma análise sobre a divisão existente na própria categoria com relação à regulamentação ou não da profissão, o senador disse não ter nenhuma tese fechada sobre o tema.Vasconcelos, no entanto, argumentou que o debate é a alternativa para viabilizar uma decisão acertada por parte do Senado.

O relator do projeto substitutivo, Marconi Perillo (PSDB/GO), não se mostrou aborrecido com a manifestação do colega Jarbas Vasconcelos, que terminou por adiar a votação do seu relatório. Ao contrário. Ao Convergência Digital, ele reiterou que a iniciativa permitirá uma discussão exaustiva sobre a matéria, que poderá, inclusive, aprimorar o seu voto.

O projeto (PLS 607/07) determina que somente poderão exercer a profissão de Analista de sistemas. os profissionais com diploma superior em Análise de Sistemas, Ciência da Computação ou Processamento de Dados. A proposta torna privativa do analista de sistemas “a responsabilidade técnica por projetos e sistemas para processamento de dados, informática e automação, assim como a emissão de laudos, relatórios ou pareceres técnicos.

O projeto original propunha a criação do Conselho Federal e de conselhos regionais de Informática, que seriam responsáveis por efetivar a inscrição dos profissionais, cobrar anuidades e fiscalizar o exercício da profissão. O relator Marconi Perillo, no entanto, considera que a criação de conselhos por projeto de lei seria inconstitucional, uma vez que a instituição de tais órgãos seria uma prerrogativa do Poder Executivo.

Por isso, no seu substitutivo, determina que o Executivo será o responsável pela fiscalização e supervisão do exercício da profissão e pelo registro dos profissionais. Agora o tema será debatido em Audiência Pública.

Futuro

Como uma futura recessão global poderia ameaçar o emprego de futuros tecnólogos? Mesmo que mercados em desenvolvimento, como a China e América Latina, vejam suas economias desacelerarem, ainda há previsão de grande crescimento da tecnologia da informação para o futuro. A América Latina é uma área sólida para empresas como IBM, HP e Microsoft.

Nos últimos três anos, a região teve as médias de crescimento mais altas em gastos com TI, e o Brasil é um dos maiores mercados, que cresce em dígitos duplos. Todos os mercados da região crescem mais de 10% ao ano.

Outros mercados em desenvolvimento que continuarão a crescer no próximo ano são a Europa Oriental e Central, o Oriente Médio e a África. As regiões ajudarão a compensar a queda nas vendas em TI dos EUA, Japão e Europa Ocidental.

Fonte: Blog Plineo Torres

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