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Como as moradias universitárias contribuem para a retenção de alunos nas instituições de ensino


Quando os jovens iniciam suas histórias na universidade, eles encaram um turbilhão de desafios. E, por incrível que pareça, o maior deles não é o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ou o cumprimento das horas complementares. É simplesmente conseguir chegar até o fim da jornada acadêmica. Para entender melhor isso, podemos começar olhando para alguns dados muito significativos. O Instituto Semesp aponta que São Paulo tem 1,5 milhão de alunos matriculados em cursos presenciais de instituições de ensino superior públicas e privadas. Já no Brasil como um todo, o número sobe para oito milhões, sendo que cerca de 30% estão fora de seu domicílio original, segundo o Ministério da Educação (MEC). Portanto, imagine estar na pele de uma dessas pessoas, que nunca moraram em grandes capitais e precisam se adaptar a essa fase inédita da vida. Manter a concentração nos estudos, se adequar a novos lugares, fazer amigos, lidar com a saudade de casa, e tudo isso em um intervalo mínimo de tempo. Não é uma tarefa fácil e, infelizmente, muitas vezes os obstáculos podem levar algumas delas a desistir.

É justamente trazendo esse senso de pertencimento que as moradias universitárias podem se tornar um grande diferencial para a retenção de estudantes nas instituições de ensino. Também chamado de student housing, o segmento já é um longo conhecido em países da Europa e nos Estados Unidos por se diferenciar das repúblicas estudantis. Agora, esses projetos estão crescendo no Brasil não só como um mercado, mas também uma solução para contribuir com as maiores dores da educação no território nacional.

Foco em atender às demandas dos estudantes

Basicamente, as moradias universitárias são focadas em atender às necessidades dos jovens e das suas famílias. Assim, os alunos podem se integrar ao universo estudantil com mais facilidade.

“Ah, mas o período universitário não é igual para todos?”. Não exatamente. As experiências dos jovens podem mudar por completo quando são centradas no seu bem-estar. 

Esse é o foco do student housing. A ideia das instalações é transformar o dia a dia dos estudantes nos mínimos detalhes, sempre levando em conta as demandas dos seus percursos. Por exemplo, vamos pensar que o intervalo de aprovação nos cursos, realização das matrículas e início das aulas é extremamente curto. As moradias universitárias  buscam eliminar os entraves desse processo com contratos digitais e, geralmente, sem a necessidade de um fiador. Além disso, para aqueles que migram para estudar em uma metrópole grande e movimentada como São Paulo, a agitação da cidade grande pode ser muito assustadora e até gerar dúvidas sobre como se locomover. Por isso, os prédios normalmente estão localizados próximos ao campus universitário, além de transportes públicos e serviços essenciais.

E, mais do que tudo, o segmento possui uma visão baseada em seres humanos reais. Obviamente, a finalidade da jornada acadêmica é formar profissionais qualificados para o mercado, porém nada disso é possível sem considerar que há pessoas com sentimentos e histórias nas salas de aula. Elas precisam ter uma vida extraclasse feliz e construir boas relações, o que faz o student housing focar não só na gestão de acomodações, mas também na formação e gestão de comunidades. Ter uma estrutura que incentive os estudos é importante? É claro, mas criar amizades duradouras e aproveitar essa época única também é. Conhecer outros moradores na mesma situação, em uma área comum do empreendimento, por exemplo, pode juntar dois estudantes parecidos e que venham a formar um laço inimaginável em outras situações. 

Mudança de paradigmas

Tudo que é novo sempre causa um pouco de medo. No caso da experiência universitária, não há como isso ser uma verdade maior, já que é uma fase crítica da vida do jovem. Muitos querem se desconectar das crenças e costumes de sua família de origem e evoluir em suas convicções, então é um processo que o setor educacional deve observar com atenção e estruturar de modo que seja abraçado pelos estudantes. Nesse sentido, é impossível dizer que as moradias universitárias são apenas ambientes modernos, seguros e organizados, em que os alunos residem durante anos da graduação ou pós-graduação. São locais que vão além do espaço físico, sendo plataformas que desenvolvem a socialização, empatia, adaptação, comunicação, resolução de conflitos e a construção de relacionamentos. Em resumo, estamos falando de um formato que prova ao estudante que ele está diante de uma das melhores e mais importantes fases da sua vida. Entendendo isso, ele sente confiança para mergulhar de cabeça nessa experiência incrível.

 

*Ewerton Camarano é CEO da Uliving, uma das maiores redes de moradias universitárias do Brasil. 

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