Google suspende impulsionamento de notícias políticas no Brasil: Implicações para as eleições municipais

A gigante da tecnologia Google decidiu adotar uma medida que promete impactar diretamente o cenário político brasileiro: a suspensão do impulsionamento de notícias políticas em suas plataformas a partir de maio. Isso significa que, ao realizar buscas no Google Ads e YouTube sobre determinados candidatos, os usuários podem não mais encontrar conteúdos políticos impulsionados.

A decisão da empresa vem como uma resposta à recente resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que proibiu a comercialização de impulsionamentos e intensificou a repressão à veiculação de informações falsas ou prejudiciais ao processo eleitoral. Especialistas em Direito Eleitoral, como o advogado Pablo Bismarck, interpretam a medida da Google como uma possível retaliação à resolução do TSE. Bismarck destaca os enormes custos que a empresa teria que arcar para lidar com as possíveis consequências legais da veiculação de conteúdos políticos.

"Seriam necessários milhares de advogados para lidar com os inúmeros candidatos nos mais de cinco mil municípios do Brasil. Em cada um, haveria juízes determinando a retirada de conteúdos. O custo seria enorme", observa Bismarck. Além disso, ele ressalta que a medida da Google afetará tanto os candidatos com menor estrutura, que terão menos visibilidade, quanto aqueles com mais recursos, que poderiam investir mais em impulsionamento de notícias.

Por outro lado, a empresa Meta, detentora do WhatsApp, Instagram e Facebook, ainda não se pronunciou sobre como agirá durante o período eleitoral brasileiro. Em meio à crescente preocupação com a disseminação de fake news e a integridade do processo eleitoral, a Justiça Eleitoral está tomando precauções rigorosas para garantir a transparência das eleições municipais. No entanto, a suspensão do impulsionamento de notícias políticas pela Google levanta questões sobre possíveis implicações para a liberdade de expressão e a existência de censura prévia.