Em evento de assinatura do acordo de colaboração ontem (5), na Holanda, a Shell celebrou o ingresso do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI, Research Centre for Greenhouse Gas Innovation), um parceiro de longa data, em seu Campus de Transição Energética em Amsterdam (ETCA, Energy Transition Campus Amsterdam). O RCGI, sediado na Universidade de São Paulo (USP), conquistou espaço no ETCA, e passa a ter um hub de pesquisas na Europa, ganhando expansão para parcerias internacionais.
“Essa colaboração internacional abre oportunidades para empresas e instituições de pesquisas holandesas e europeias interagirem com o RCGI. O ETCA é o ecossistema certo para se conectar com mentes brilhantes e para construir novas sinergias. Esse passo reflete o amadurecimento de nossa parceria de quase 10 anos com a USP. A intensa troca tecnológica por meio de nossos projetos de pesquisa e desenvolvimento, e a entrega de resultados nos permitem enfrentar o maior desafio energético que o mundo vive hoje”, disse Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil.
O ETCA é um espaço colaborativo inovador instalado na mesma região do centro de tecnologia da empresa. É um edifício sustentável de última geração que reflete a ambição comum de oferecer soluções inovadoras para a transição energética. Mais de 20 empresas de inovação estão associadas ao ETCA atualmente, com direito a coworking, acesso a eventos, serviços e laboratórios projetados para escalar tecnologias sustentáveis.
“O escritório do RCGI-USP no ETCA é extremamente importante pois possibilitará que nós apresentemos para a comunidade do centro e da Europa as tecnologias desenvolvidas no RCGI, além de permitir que façamos prospecção de pesquisas em áreas afins. A ideia é ter sempre ao menos um professor envolvido com os projetos do RCGI no ETCA. O escritório funcionará também, de uma forma mais abrangente, como uma base da USP, para prospecção de novas possibilidades de projetos com universidades e empresas”, afirmou o diretor executivo e científico do RCGI, Julio Meneghini.
Compareceram à cerimônia, o vice-presidente executivo de Tecnologia do Grupo Shell, Yuri Sebregts, a ministra da Economia e Política Climática da Holanda, Micky Adriaansens, o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, além de Julio Meneghini e da diretora de RH e Comunicação Institucional do centro, Karen Mascarenhas. Carlotti ressaltou que essa é “uma oportunidade de internacionalização para a Universidade de São Paulo e a presença da ministra Micky Adriaansens reflete a valorização que o governo holandês está dando para a iniciativa. Nossos pesquisadores poderão estreitar relações com empresas relacionadas à transição energética e a diferentes universidades holandesas. Outra possibilidade será o acesso a fundos de pesquisa europeus. Parabenizo o RCGI pela iniciativa”.
Parcerias bem-sucedidas
A Shell Brasil é financiadora do RCGI junto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), com recursos obtidos via cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A empresa já investiu por volta de R$ 270 milhões no centro de pesquisa paulistano em mais de 80 projetos de pesquisa e inovação com foco na redução das emissões de gases de efeito estufa. Dentre eles, o projeto para a construção da planta-piloto da estação de hidrogênio a partir do etanol no campus da USP, com previsão de lançamento no segundo semestre de 2024, e outra planta focada na produção de metanol verde a partir de CO2 biogênico.
O RCGI conta hoje com sete programas: NBS (Nature Based Solutions); CCU (Carbon Capture and Utilization); BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage); GHG (Greenhouse Gases), Advocacy, Innovation Power Systems e Decarbonization. Sob eles, estão ancorados cerca de 80 projetos de pesquisa. Com mais de 600 pesquisadores, mantém colaborações com outras empresas de energia e com diversas instituições, como Oxford, Imperial College, Princenton e o National Renewable Energy Laboratory (NREL), além de projetos de longo prazo com centros de pesquisa dos Estados Unidos por meio da iniciativa Center 2 Center (C2C), financiada pela FAPESP e pela National Science Foundation.
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