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O que fazer para que os rios da Amazônia não sequem?

 

Terras indígenas e unidades de conservação desempenham um papel fundamental na preservação da biodiversidade


A Amazônia enfrenta uma seca histórica de proporções alarmantes. Dados do porto de Manaus revelam que o Rio Negro, um dos principais rios amazônicos, alcançou o menor nível registrado em 121 anos de monitoramento. Fenômenos climáticos, como o El Niño, desempenham um papel crucial na redução das chuvas na região, resultando no esgotamento dos rios, no desaparecimento dos igarapés e na invasão de densas nuvens de fumaça decorrentes das queimadas.


Segundo Fabiana Prado, coordenadora do LIRA/IPÊ – Legado Integrado da Região Amazônica -, essa situação dramática tem efeitos devastadores. “A população local sofre com a escassez de água potável, enquanto a agricultura e a piscicultura enfrentam prejuízos significativos. As queimadas, agravadas pelo clima seco, aumentam a fumaça no ar, prejudicando a saúde das comunidades e levantando preocupações sobre a qualidade do ar”, diz. 


Em meio à crise, as áreas protegidas emergem como um contraponto essencial. “Terras indígenas e unidades de conservação desempenham um papel fundamental na preservação da biodiversidade, na mitigação dos impactos das mudanças climáticas e na promoção da resiliência da região”, afirma Fabiana. Funcionam como verdadeiros refúgios para a fauna e a flora amazônicas, contribuindo para a regulação do clima e a proteção do solo.


O LIRA, uma iniciativa do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, envolve uma rede de 116 organizações da sociedade civil, empresas, cooperativas, instituições de pesquisa e órgãos governamentais, cobrindo uma área de 58 milhões de hectares, com projetos dedicados à conservação de 55 Áreas Protegidas da Amazônia. “O propósito central do LIRA é transformar essas áreas em polos de desenvolvimento regional e territorial, fortalecendo as populações locais e reduzindo a pressão sobre a floresta”, diz Fabiana Prado. Ela destaca ainda a necessidade de ações efetivas para enfrentar essas adversidades.


A seca na Amazônia serve como um alerta urgente para a importância das áreas protegidas e iniciativas como o LIRA. Elas são cruciais para assegurar a sobrevivência da maior floresta tropical do mundo diante de desafios climáticos cada vez mais graves, além de desempenharem um papel fundamental na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. “A conservação da Amazônia é uma causa global, e essas áreas desempenham um papel central na construção de um futuro sustentável”, afirma Fabiana.


Sobre o LIRA


O LIRA é

uma iniciativa idealizada pelo IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto. Os parceiros institucionais são a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas - SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. O projeto abrange 34% das áreas protegidas da Amazônia, considerando 20 UCs Federais, 23 UCs Estaduais e 43 Terras Indígenas, nas regiões do Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Norte do Pará, Xingu, Madeira-Purus e Rondônia-Acre. O objetivo do projeto é promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais. Mais informações: 

https://lira.ipe.org.br/

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