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Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho são cada vez mais comuns


Médico ortopedista Luís Filipe Lessa – especialista em microcirurgias das mãos, do SEOT – alerta que outros esforços também podem prejudicar os trabalhadores

Cada vez mais, os trabalhadores sofrem com distúrbios osteomusculares relacionados às atividades laborais. O aumento de casos de lesões tem gerado preocupação, visto que condições não tratadas corretamente trazem grandes problemas para a saúde. O médico ortopedista Luís Filipe Lessa – especialista em microcirurgias das mãos, do SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia) – alerta que “não só os esforços repetitivos causam lesões, mas outros tipos também podem provocar prejuízos aos trabalhadores, até mesmo aqueles que não fazem demasiado esforço físico”.
 
As lesões também podem atingir pessoas que, no trabalho, precisam manter uma postura ereta por muito tempo. Por isso, os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho abrangem uma gama de doenças maiores, segundo Luís Filipe Lessa. “As tendinites de ombro, mão, cotovelo ou punho são as mais frequentes, além das dores lombares (lombalgias) e as lesões musculares. Toda doença, no entanto, precisa de um diagnóstico. A LER (Lesão por Esforço Repetitivo) não é um diagnóstico, mas uma condição que pode levar a uma doença. Não se trata uma LER, por exemplo, mas uma tendinite decorrente dessa lesão”. 
 
O especialista explica que, por esses motivos, é importante ficar atento aos sinais. “Para aquela lesão que vai piorar quando se está no trabalho ou que não se vai sentir durante o expediente, mas ao final do dia, um sintoma bem característico é a piora da dor quando se está no pico da realização do exercício ou do trabalho. Tem ainda lesão que vai dar mais sinal no final do dia, ou seja, a pessoa acorda bem, passa o dia bem, mas ao final do dia apresenta sensação de cansaço, peso, dormência, dor ou inchaço”. 
 
Os que têm um condicionamento um pouco melhor podem sentir incômodo apenas no final da semana, segundo o ortopedista. “Estes conseguem desempenhar as atividades durante toda a semana, mas quando chega esse período, têm uma piora. Após os dias de descanso, o sintoma desaparece. Ou seja, está muito relacionado ao esforço em si. A piora no pico do exercício é a característica maior, podendo chegar à perda da capacidade funcional, reduzindo a aptidão de desenvolver uma atividade com uma carga de trabalho maior. Isso chama atenção para a condição possivelmente estar relacionada a uma doença de trabalho”.
 
Sobrecarga Emocional e Prevenção – O estresse psicológico também pode influenciar de forma direta ou indireta nos sintomas, como acrescenta o médico. “A sobrecarga emocional do trabalho, como metas a cumprir, por exemplo, também deixa o trabalhador mais tenso. Isso favorece para que ele tenha mais acometimentos musculares ou mais distensões”. Adotar medidas de prevenção é extremamente importante para evitar condições que podem levar ao diagnóstico de tendinites ou dores lombares, por exemplo. 
 
Como o diagnóstico é clínico, é indispensável se buscar um especialista. “O médico investiga o tipo de trabalho e como a pessoa acometida o desenvolve, assim como qual equipamento é usado para evitar lesões. A partir daí, se vai lançar o pedido de exames de imagens como radiografia, tomografia, ressonância magnética, além de outros, conforme a necessidade, para se ter uma comprovação para fins de atividade laborativa”.
 
Algumas vezes, há a necessidade de afastamento temporário das atividades ou troca de função. Para prevenir esse tipo de situação, há a importância de um ambiente de trabalho com ergonomia, oferta de ginásticas laborais, bem como o uso de equipamentos específicos para a realização de determinadas atividades e funções. Pausas temporárias, para levantar ou realizar um alongamento e correção da postura, também são essenciais.

Foto: Divulgação/ SEOT

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