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Saúde Mental: além do setembro amarelo



Bem-estar emocional e prevenção do suicídio são fundamentais em todos os meses

O mês de setembro possui uma campanha, amplamente conhecida como "Setembro Amarelo", dedicada à conscientização sobre a saúde mental e à prevenção do suicídio. Embora com ações focadas em um mês, a mensagem que ela carrega deve transcender os limites do calendário, tornando-se um compromisso constante com o bem-estar emocional e psicológico. Rebeca Rangel, psicóloga e professora do curso de Psicologia na UNINASSAU Rio de Janeiro, esclarece o surgimento do movimento e fornece orientações sobre como manter-se atento e disponível para ajudar.

De acordo com a docente, a campanha busca promover a compreensão da importância dessas questões entre as pessoas. Segundo Rebeca, a iniciativa teve início em 2003, mas chegou ao Brasil somente em 2015. “Ela começou a partir dos altos índices de suicídio que estavam acontecendo no mundo. A cor amarela foi escolhida por conta da história de um americano chamado Mike Emme que, em 1994, tirou a própria vida, aos 17 anos. Um menino muito querido, carismático, gostava bastante da parte mecânica de carros e tinha um Mustang amarelo. Então, no velório, a família distribuiu cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio às pessoas que estivessem enfrentando problemas emocionais, na intenção de estimulá-las a pedirem ajuda”, explica.

Falar sobre esse assunto é de extrema importância devido aos estigmas e dificuldades de abordagem. Muitas pessoas ainda se sentem inseguras, com medo, ansiosas ou até culpadas ao tratar do tema. Porém, segundo Rebeca, isso é algo que já melhorou bastante ao longo do tempo e as campanhas vêm se ampliando. Segundo a psicóloga, debater sobre saúde mental é falar de autocuidado e trazer a perspectiva de mudança de vida para um estilo saudável em todos os sentidos, sendo o lema da campanha: “Falar é sempre a melhor solução!”

“A saúde mental não é separada da física. Uma boa alimentação, fazer atividade física, lazer, espiritualidade, tudo faz parte. Então, quando falamos sobre esse autocuidado, estamos abordando o bem-estar emocional. Logo, nas outras campanhas ao longo do ano, movimentos de prevenção de doenças, combate à violência doméstica, tudo isso contribui para um melhor estado psicológico no decorrer do calendário”, retrata.

Para ajudar alguém com pensamentos suicidas ou comportamentos de automutilação, por exemplo, são fundamentais o acolhimento e a escuta. “A primeira coisa é se disponibilizar a ouvir, mostrar para aquela pessoa que você está do lado dela e que não está ali para julgá-la. É importante reconhecer que não vamos dar conta da situação sozinhos. Mas, oferecer um ouvido atento - sem julgamentos - e demonstrar que ela não está sozinha é o primeiro passo”, ressalta Rebeca.

Além disso, é crucial procurar ajuda profissional e recorrer a redes de apoio, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), por meio do telefone 188, por exemplo. O Brasil conta com diversas equipes e instituições, incluindo aquelas ligadas às universidades, que oferecem atendimento acessível, muitas vezes com preços simbólicos ou até gratuito, em alguns casos. Compreender como essas redes funcionam e auxiliar o indivíduo a se conectar com elas é fundamental. Assim, será possível mostrar apoio e buscar uma solução juntos.

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