A Microsoft anunciou o seu novo Linux no Microsoft Build 2023, o evento para desenvolvedores da empresa do Windows. Será que a Microsoft está considerando mudar alguma coisa na base do Windows? Para que servirá o Linux da Microsoft?
Entenda o Linux da Microsoft
Em outra oportunidade, comentamos sobre um projeto da Microsoft chamado CBL-Mariner, uma distribuição Linux que eles estavam testando internamente. Era um sistema baseado no Fedora, que trabalha com uma base imutável, usando OS-Tree, como o Fedora Silverblue, com suporte para pacotes RPM, e tirando proveito de outros projetos como o Photon OS da VMWARE e o próprio Linux From Scratch.
Aliás, um dos conteúdos exclusivos para membros Diolinux Play que temos, é justamente um curso de Linux from Strach que te ensina a construir um sistema Linux do Zero a partir do código-fonte, se já for membro, confere depois porque é imperdível.
Mas o que o CBL-Mariner tem a ver com o novo Linux da Microsoft? CBL-Mariner era um codinome do projeto enquanto ele estava sendo desenvolvido, e agora que ele ficará disponível para o público, o seu nome passa a ser Microsoft Azure Linux. Um projeto importante, afinal, carrega o próprio nome da Cloud da Microsoft.
Não podemos dizer que seja uma atitude inesperada da Microsoft, na verdade, ao menos se você vem acompanhado a atitude da Microsoft em relação ao open source na última década, especialmente considerando que os maiores concorrentes da Microsoft também já tem os seus Linux: Amazon Linux, Oracle Linux e até o gLinux do Google, ainda que esse último seja para uma finalidade diferente.
Falando em finalidade, ao contrário do que muita gente andou falando na internet, o Microsoft Azure Linux não tem nada a ver com o desktop, não é concorrente do Windows. Ele é um sistema operacional de servidor, um bem específico ainda por cima.
No blog da Microsoft, Jim Perrin fala sobre a infraestrutura do Azure, dizendo, por exemplo, que o Azure Linux será usado como Host para o Azure Kubernetes Services (AKS), um sistema base para rodar contêiner. Apesar do AKS ser uma das primeiras missões do Azure Linux, nada impede que ele seja usado para outros fluxos de trabalho.
Algumas pessoas não se dão conta da importância do Azure para a Microsoft, a nuvem da Microsoft, hoje é a principal fonte de renda da empresa. Se por algum motivo, a Microsoft tivesse que escolher um produto apenas para manter no seu portfólio, eliminando todos os outros, e continuar lucrando, ela não manteria o Windows, o Office ou o Xbox, mas sim o Azure.
Como é utilizar Linux da Microsoft?
Apesar do Linux da Microsoft se chamar Azure Linux, enquanto testávamos, não conseguimos encontrar ainda a opção de implementar num servidor, porém, no GitHub é possível baixar uma imagem para testar. O sistema é extremamente simples, essa imagem do GitHub tem 1,1 GB de tamanho, o que é bastante, a versão para implementação no Azure deve ser bem menor.
Numa sessão de perguntas e respostas da Microsoft Build, o pessoal contou mais detalhes sobre algumas das decisões que levaram eles até o Microsoft Azure Linux, além de falar sobre o perfil do sistema.
Eles mencionaram que construíram o Azure Linux de forma enxuta, somente com os pacotes básicos necessários para conseguir rodar um cluster kubernetes. Também comentaram que criaram o sistema porque basicamente queriam controle sobre o que vão oferecer, sem depender de decisões feitas por outras empresas que criam sistemas Linux, como a Canonical, Red Hat e Oracle.
Se você for instalar a versão que tem no GitHub numa máquina virtual no seu computador verá que ele tem um instalador que parece baseado no Calamares para configurar o básico, usuário e senha e disco no qual será instalado.
O sistema não tem interface nem nada, no máximo você poderá instalar alguns pacotes usando o yum ou o tdnf, a ideia não é rodar aplicativos diretamente nele, ao menos por enquanto. Apesar disso, não seria surpresa se o Azure Linux fosse integrado ao WSL no Windows como uma das opções de distros disponíveis.
Via Duo Linux
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