Há exatos 29 anos, o Brasil vivia um dos dias mais tristes de sua história. Especialmente, no que tange o esporte. Era manhã no feriado de 1º de maio, quando os brasileiros se amontoavam em frente à TV na expectativa de mais um show do grande ídolo: Ayrton Senna da Silva, ou simplesmente Senna. O que parecia mais uma boa atuação do ex-piloto da Fórmula 1, liderando a corrida, acabou virando tragédia. E as lágrimas, ao invés de alegria, foram de tristeza. As cores verde e amarela, à época, se transformavam somente no preto, em luto pela morte de Senna. O fatídico episódio aconteceu no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, resultado de uma colisão entre o carro de sua escuderia, a Williams, e uma barreira de concreto. Seus últimos momentos de vida foram na curva "Tamburello", que atualmente é uma chicane.
Após o ocorrido percebeu-se que aquele final de semana já vinha com uma tragédia, com a morte do também piloto Roland Ratzenberger, durante os treinos. Até o brasileiro Rubens Barrichello, que iniciava sua carreira, sofreu um acidente forte e foi parar no hospital. O clima naquele dia era de tensão em toda a categoria e até mesmo para Ayrton Senna. A grave colisão, inclusive, rendeu inúmeras discussões. Não à toa, mudou os rumos do automobilismo. Nesta segunda-feira (1º), o ídolo será homenageado na Avenida Paulista, em São Paulo. Uma silhueta será reproduzida às 19h, na Galeria Digital do Centro Cultural FIESP (CCF), um cartão postal da Avenida. O tributo segue até às 6h desta terça-feira (2).
O início de tudo
Ayrton Senna da Silva nasceu em 21 de março de 1960, em São Paulo. Desde criança, ele tinha um interesse especial pelo automobilismo, acompanhando as corridas com seu pai e competindo em kart nas pistas próximas à sua casa. Aos quatro anos, Senna ganhou seu primeiro kart, aos sete, começou a treinar no Kartódromo de Interlagos, e aos treze, já competia profissionalmente.
Desde muito jovem, Senna mostrou um talento natural para os esportes.Ele se destacou no kart, ganhando vários campeonatos locais e regionais como o campeonato paulista júnior, o brasileiro e o sul-americano, além de ter ficado em segundo lugar por duas vezes nos mundiais de 1979 e 1980.
Foi nessa época que o piloto conheceu quem seria seu maior rival pelo resto da vida: Terry Fullerton. Em uma entrevista anos depois, Senna afirmou que a disputa que tinha com Fullerton era com certeza a melhor lembrança de toda a sua carreira, incluindo os dias na Fórmula 1.
Em 1981, Senna se mudou para a Europa para competir em nível internacional. Lá, mais especificamente na Inglaterra, ele venceu o campeonato inglês de Fórmula Ford 1600 com a incrível marca de 12 vitórias em 20 corridas. O desempenho dele foi tão impressionante que Ralph Firman, chefe da equipe da qual fazia parte, previu que Senna seria um campeão mundial de Fórmula 1 algum dia.
Nos anos seguintes, o piloto continuou sua ascensão meteórica no automobilismo, vencendo campeonatos e provas em várias categorias, até finalmente chegar à Fórmula 1, em 1984, quando começou competindo pela equipe Toleman. Apesar de ter um carro pouco competitivo, ele mostrou seu potencial em corridas como o GP de Mônaco, onde terminou em segundo lugar, mesmo após largar em 14ª lugar e correndo sob chuva intensa.
Em seu segundo ano na Fórmula 1, Senna deixou a Toleman e assinou com a Lotus. Assim, em 1985, ele obteve sua primeira vitória no Grande Prêmio de Portugal, em Estoril. Alguns anos e vitórias depois, Senna se juntou à equipe na qual se tornaria um dos maiores campeões da Fórmula 1: a McLaren.
Das pistas, para o mundo
Nos anos seguintes, Senna se estabeleceu como um dos maiores nomes da Fórmula 1. Ele conquistou seu primeiro título mundial em 1988, pela equipe McLaren, em uma temporada dominante que o viu vencer oito das dezesseis corridas do campeonato.
O piloto repetiu o feito em 1990 e 1991, tornando-se tricampeão mundial e consolidando sua posição como um dos melhores pilotos da história do esporte. Além de seu sucesso nas pistas, Senna também se destacou por sua personalidade carismática e comprometimento com a filantropia. Como se não fosse suficiente, ele sempre foi um defensor da segurança no automobilismo e lutou incansavelmente para melhorar as condições de segurança para os pilotos.
Ayrton Senna era conhecido por sua determinação, coragem e comprometimento com a excelência. Ele sempre buscava a perfeição em tudo o que fazia, seja na pista de corrida ou em sua vida pessoal. Ele também era conhecido por sua espiritualidade, que o ajudava a manter o equilíbrio e a força necessários para enfrentar os desafios da vida.
O legado
O Instituto Ayrton Senna, fundado pela família do piloto em 1994, como parte de um desejo seu, segue como uma das principais referências em educação e desenvolvimento social no Brasil. A organização já beneficiou milhões de alunos e formou milhares de educadores em todo o país. O trabalho do instituto é visto como uma continuação do legado de Senna, que sempre viu na educação uma das principais ferramentas para a transformação social. Além disso, o nome do piloto ainda é lembrado com carinho e respeito em todo o mundo do automobilismo. Em 2019, ele foi eleito o melhor da história da Fórmula 1, em uma votação realizada pela própria categoria. A conquista foi um reconhecimento merecido de sua habilidade, coragem e impacto na história do esporte.
Ayrton Senna pode ter partido cedo, mas seu legado continua a inspirar gerações de fãs e pilotos em todo o mundo. Sua trajetória na Fórmula 1 e seu compromisso com a filantropia e a transformação social são exemplos de excelência e impacto positivo que permanecem relevantes e inspiradores até os dias de hoje. A morte Infelizmente, a carreira brilhante de Senna foi interrompida de maneira trágica em 1º de maio de 1994. Durante o Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, ele sofreu um acidente fatal enquanto liderava a corrida. A morte de Senna deixou o mundo do esporte em choque e luto. O Brasil inteiro chorou. Pilotos, fãs e colegas prestaram homenagens ao ídolo, que havia conquistado a admiração de muitos por sua habilidade, coragem e carisma. A morte de Senna também trouxe mudanças significativas à segurança na Fórmula 1. A investigação do acidente levou a melhorias na segurança dos carros, circuitos e equipamentos de proteção dos pilotos. Essas medidas ajudaram a evitar tragédias semelhantes nos anos seguintes e tornaram a Fórmula 1 um esporte mais seguro e confiável.
Nos 20 anos seguintes à morte de Senna não houve nenhum acidente fatal no esporte. Foi apenas em 2014 que outra fatalidade voltou a acontecer nas pistas, desta vez com o francês Jules Bianchi, que se chocou com um trator que fazia o trabalho de retirar o carro de outro piloto. Apesar de ter morrido jovem, aos 34 anos, Senna deixou um legado que transcende o esporte e se tornou uma inspiração para milhões de pessoas em todo o mundo. Seu comprometimento com a excelência, a superação de desafios e a solidariedade com os menos favorecidos continuam a ser um exemplo para jovens e adultos em todas as áreas da vida.
Via Esporte DP
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