Psicólogo explica como os aplicativos de namoro podem contribuir para esse tipo de relação que envolve o sexo, mas dispensa o apego emocional
Relacionamentos em que um não quer incluir o outro no seu convívio social recebeu uma nova palavra que define esse comportamento, o pocketing. Os aplicativos de paquera que estão disponíveis podem ajudar mais casais a entrar nessa relação que não envolve a apresentação do parceiro para a família, mas que tem esse nome por permitir que o companheiro seja guardado
“no bolso”, assim como se faz com o celular, e retirado apenas quando existe a vontade em comum de encontros casuais.
Segundo a professora do curso de Psicologia do Centro Universitário dos Guararapes (UniFG), Fábia Negreiros, chega nos consultórios um número maior de pessoas que possuem dificuldade de se relacionar com indivíduos “reais” e o termo “pockteing é autoexplicativo. “Para explicar tal forma de relacionar-se, observar o sentindo da palavra no inglês, que é um verbo, embolsar. Isso por si, já traz um simbólico muito expressivo. Remete a algo que deve estar no bolso, ao meu alcance para uso ocasional, dependendo do meu desejo no momento. Com isso, se percebe uma carência, uma falta do sujeito, pois quando estiver só ou sem a companhia desejada, saca do bolso um outro que o satisfaça momentaneamente”, explica.
Ainda de acordo com a psicóloga, esse relacionamento pode ocasionar problemas psicológicos e emocionais. “Esse modo de desapego, permanecendo como padrão contínuo de comportamento, pode sim, gerar paranoias e atos psicóticos. Ansiedade, depressão e fobias seriam os sintomas que apareceriam como sinalização de que essa pessoa precisa de cuidados na saúde mental”, conta.
Geralmente, esse comportamento pode estar associado a algum trauma ou acontecimento do passado, por isso, a dificuldade em lidar com a realidade e usar os relacionamentos sem apego sentimental para satisfazer a sensação de não estar sozinho. Por outro lado, demonstra que existe alguma trava, impedimento sentimental, abandono ou ferida. “Pode estar associado a muitas coisas, como companheiros do passado que deixaram traumas, por exemplo. É importante se autoanalisar e até procurar a psicoterapia como uma forma de ter mais autoconhecimento”, finaliza.
*Foto por Goggle
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