Especialista enfatiza os riscos da doença que pode levar à embolia pulmonar
O dia 13 de outubro é o Dia Mundial da Trombose. A data foi instituída para chamar a atenção da sociedade para os riscos e a prevenção da doença que é uma causa importante de mortalidade no mundo todo. Segundo dados da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH), a trombose e suas complicações são responsáveis por uma a cada quatro mortes no mundo. No Brasil, a estimativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) é que a doença atinge 400 mil pessoas anualmente.
“A doença é caracterizada pela formação de coágulos (trombo) no interior de um vaso. O trombo se forma principalmente nas veias dos membros inferiores, em áreas como panturrilhas e coxas, mas pode acometer qualquer veia do corpo. Após ser formado o coágulo, ele retarda ou bloqueia o fluxo sanguíneo normal. Em situações mais graves, o trombo se solta da parede do vaso e se locomove na circulação, podendo chegar às artérias pulmonares e ocasionar uma embolia pulmonar, consequência potencialmente fatal”, explica a angiologista e cirurgiã vascular Beth Moreno.
A trombose pode ser decorrente de três fatores que atuam juntos ou isoladamente. “O primeiro fator é a alteração da velocidade do fluxo sanguíneo que, geralmente, acontece em pessoas que estão acamadas ou que têm paralisia e não conseguem ter uma boa mobilidade. Outra questão é quando o paciente já tem alguma doença que tem como consequência o estado de hipercoagulação, como o câncer, e ainda, quando há o dano de um vaso durante procedimentos cirúrgicos”, aponta a angiologista.
Na maioria dos pacientes a trombose aparece de forma assintomática, mas quando apresentam sintomas, os mais comuns são dor, inchaço, e rigidez da panturrilha no membro acometido. Os sinais podem variar de acordo com o vaso que a trombose acomete e a extensão da região drenada por ele. A confirmação do diagnóstico é feita a partir de exames de ultrassom doppler e o tratamento é realizado com anticoagulantes e técnicas de compressão elásticas ou inelásticas.
“Na maioria das vezes não há necessidade de internação, entretanto, alguns casos tem indicação, como trombose em pacientes mais debilitados e tromboses mais extensas ou, ainda, se houver alguma complicação, como a embolia pulmonar, que ocasiona falta de ar e dificuldade de respirar. Nestes casos, os pacientes devem procurar a emergência imediatamente”, alerta a cirurgiã vascular.
Algumas pessoas são mais propensas a desenvolverem a trombose. “Pacientes com imobilidade após cirurgias, portadores de doenças agudas inflamatórias ou infecciosas, como o COVID, pessoas com doenças inflamatórias crônicas, usuárias de estrogênio (anticoncepcional ou terapia de reposição hormonal), fumantes, mulheres durante a gestação e puerpério, politraumatizados ou com fratura de membros e pessoas com câncer devem se manter atentos a qualquer sintoma, já que a trombose pode ser silenciosa e só detectada já com a complicação da embolia pulmonar, que é bem mais séria. Dessa forma, em qualquer suspeita, é importante procurar o seu angiologista e cirurgião vascular para investigação através de uma boa anamnese, exame físico e ultrassom, e, assim, iniciar o tratamento de forma precoce, prevenindo complicações”, enfatiza a angiologista e cirurgiã vascular Beth Moreno.
Dra. Beth Moreno é Angiologista e Cirurgiã vascular, possui referência no tratamento das varizes com laser e espuma e no tratamento da veia safena com o endolaser.
Título de especialista em cirurgia vascular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular.
Instagram: bethmorenovascular
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