Cerimônia de encerramento do ciclo contou com apresentação de resultados, palestras sobre novos negócios criados e impacto do programa na maturação de dezenas de startups aceleradas
Representantes de 80 startups de todas as regiões de Pernambuco estiveram na sede do Sebrae Pernambuco, no Recife, nesta terça-feira (9) para o encerramento do ciclo do Startup NE, programa realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). O evento foi a culminância de uma série de ações de fomento ao empreendedorismo inovador realizadas entre o fim de 2024 e novembro de 2025.
Ao longo do ciclo, os projetos e startups foram contemplados com uma jornada de aceleração que incluiu mentorias especializadas, capacitações e acompanhamento técnico, com o objetivo de transformar ideias inovadoras em negócios reais e competitivos no mercado. Os participantes também receberam a Bolsa Sócio-Empreendedor, no valor de R$ 6,5 mil mensais ao longo de seis meses, apoio fundamental para que pudessem se dedicar ao desenvolvimento das soluções.
“A ativação foi realizada com o apoio da Facepe, que custeou parte das bolsas. Desde o ano passado, realizamos diversas intervenções nesses negócios, que aplicam inovação em seus processos, produtos, serviços ou mesmo na modelagem de suas operações. O objetivo é identificar e apoiar empreendimentos com potencial de crescimento e impacto social. Agora, ao fim do programa, podemos afirmar que esses negócios estão mais maduros e preparados para se lançarem ao mercado. Tivemos startups que saíram apenas da ideia e hoje já comercializam suas soluções para grandes clientes”, explica Conceição Moraes, especialista em Inovação no Sebrae/PE.
À frente da Emprekite, startup de Garanhuns, no Agreste pernambucano, que dispõe de uma plataforma para estimular a educação empreendedora em sala de aula, Fábio Freire viu no Startup NE a oportunidade para viabilizar uma ideia que antes só estava no papel. “Percebemos um gargalo nas escolas pela falta de acesso a esse conhecimento. A nossa solução funciona como um jogo para desenvolver essas habilidades nos alunos dos ensinos fundamental e médio e prepará-los para o mercado. Chegamos apenas com a ideia e, ao longo do programa, evoluímos, amadurecemos e já temos um modelo de negócio pronto para prospectar os primeiros clientes”, conta o empreendedor.
Na esteira da sustentabilidade, a startup Bioculty, do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, oferece aos clientes uma solução de reaproveitamento de material orgânico para a produção de gás de cozinha. Formalizada há três anos, a empresa já fornece biodigestores de pequeno porte para estabelecimentos e instituições e agora pretende chegar a novos clientes. “É uma tecnologia simples e eficiente, que transforma resíduos como cascas de frutas, grama e restos de animais em gás e fertilizante líquido para uso doméstico e na agricultura. Apesar de termos um tempo de estrada, só agora podemos dispor de um protótipo sólido para o mercado, no qual podemos fabricar e disponibilizar os biodigestores. Miramos principalmente em editais para fornecer para escolas públicas”, conta Felipe Centeno, criador do negócio junto com o sócio Lucas Heleno.
O impacto do Startup NE também pode ser medido pela formalização de novos negócios: 39 CNPJs foram abertos durante o ciclo. “Essa é uma política pública inovadora e diferenciada que envolve vários atores. Foram 358 times participantes nesta edição, dos quais 80 receberam a Bolsa Sócio-Empreendedor, um respiro para que esses negócios pudessem crescer e se desenvolver ao longo da jornada. Daqui saem novos projetos prontos para atender às mais diversas demandas da sociedade”, destaca Mauricélia Montenegro, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco.
Durante o evento na sede do Sebrae/PE, os empreendedores acompanharam uma palestra sobre como evoluir suas startups de acordo com o estágio de maturação em que se encontram, conduzida por Marcos Buson, CEO da MOA Ventures, empresa especializada em Corporate Venture Capital (CVC). “ É nesta etapa em que o jogo começa. Para se manterem relevantes no mercado, essas startups precisam focar em três pilares: acesso a mercado, acesso a capital e governança interna da empresa. Depois de terem conhecido o cliente, passarem por consultorias e capacitações, é hora de escalar o negócio”, explica o especialista.
Perfil
A diversidade do ecossistema chama a atenção nos números do programa Startup NE: 15% das aceleradas são do setor de saúde e bem-estar e 20% da área de tecnologia da informação, enquanto as demais se distribuem entre agronegócio, alimentos e bebidas, moda e vestuário e outros segmentos. Em relação aos perfis dos times, 55% das startups possuem mulheres na equipe e 58,8% têm pessoas pretas, pardas ou negras em sua composição.
Sobre a maturidade dos negócios, a iniciativa impulsionou avanços significativos: 48% dos empreendimentos estavam na fase de ideação ao ingressar no Startup NE, mas, ao fim do ciclo, 71,3% já se encontram no estágio de validação, ou seja, quando a startup é testada no mercado, e 22,5% na fase de tração, quando o negócio já está maduro e em plena operação, com capacidade de atrair investidores e clientes.






















0 Comentários
Para comentar neste Blog você deve ter consciência de seus atos, pois tudo que aqui é postado fica registrado em nossos registros. Tenha em mente que seu respeito começa quando você respeita o próximo. Lembre-se que ao entrar aqui você estará em um ambiente bem descontraído e por isso contribua para que ele sempre fique assim. Não esqueça que os comentários são moderados e só iram ao ar depois de uma analise e se passarem por ela iremos publicar, caso não ele será deletado. Para os novos comentários via Disqus ou Facebook a moderação não se faz necesária, já que o nome do usuário fica salvo nos comentários.
Obrigado pela visita e volte sempre.