O cantor Júnior Lima protagonizou um dos momentos mais comentados do festival The Town, no último sábado (13), ao levantar uma bandeira política em sua apresentação. Ao final de uma das músicas, ele declarou em voz alta: “Anistia é o cralho, prra”, sendo ovacionado pelo público presente. O gesto ganhou ainda mais destaque por contrastar com o tom do festival. A sexta-feira havia sido marcada por apresentações consideradas apáticas e apolíticas, enquanto no domingo anterior bandas de rock e a plateia entoaram gritos de “sem anistia”, em referência ao julgamento dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Se por um lado os fãs de Júnior celebraram a postura, do outro integrantes da direita reagiram negativamente. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhou o vídeo do momento e ironizou: “Gritar sem anistia é fácil. Difícil é saber quem você é sem a Sandy”. Ao longo do fim de semana, o parlamentar manteve uma linha de incentivo à perseguição política, pedindo demissões e até sugerindo o cancelamento de vistos para os Estados Unidos de pessoas que se manifestaram nas redes sociais.
No embalo da postagem, um movimento online chegou a ensaiar um boicote ao cantor. O efeito, porém, foi limitado: Júnior perdeu cerca de 5 mil seguidores nas redes sociais, número que logo foi compensado com novas adesões. A repercussão também reverberou entre os fãs. Um internauta resumiu o sentimento: “Vocês acham que o Júnior Lima realmente vai se importar com o ‘cancelamento’ de uma galera que sequer sabe o que é cultura? Pelamor. No mais, ANISTIA É O CRALHO, PRRA”. Com o episódio, Júnior Lima se tornou o único artista pop do festival a assumir publicamente uma posição política, reforçando a discussão sobre o papel dos músicos na cena atual e sobre a força do movimento “sem anistia”.
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