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Estudo aponta relação entre bruxismo de vigília e enxaqueca crônica


Método criado por cirurgião-dentista brasileiro, demonstra resultados eficazes no alívio da dor em pacientes com disfunções temporomandibulares

 

Um estudo realizado por um cirurgião-dentista brasileiro reforça a ligação entre o bruxismo de vigília — quando a pessoa, durante o dia, tem o hábito de apertar ou encostar os dentes sem perceber — e a enxaqueca crônica. A pesquisa aponta que os dois problemas podem estar relacionados a mecanismos do sistema nervoso que aumentam a sensibilidade à dor e afetam vasos sanguíneos ligados ao cérebro. Essa descoberta abre caminho para tratamentos mais eficazes e personalizados, com atenção especial ao controle de comportamentos involuntários que, mesmo parecendo inofensivos, podem prejudicar a saúde bucal. 

O cirurgião-dentista e pesquisador Alain Haggiag, criador do método LIVA, explica que as disfunções temporomandibulares (DTMs) — problemas que afetam a articulação responsável por movimentar a mandíbula — estão entre as principais causas de dor na face e na boca. Esses quadros costumam estar associados a hábitos como apertar os dentes ou manter a mandíbula contraída durante o dia. "As terapias convencionais, como placas e medicamentos, costumam focar nos sintomas noturnos e ignoram os comportamentos diurnos, que são igualmente relevantes”, explica o pesquisador.

Nesse contexto, Haggiag desenvolveu o DIVA, uma miniplaca de acrílico patenteada que cobre apenas quatro dentes de um dos lados da boca, podendo ser colocada na parte superior ou inferior. O dispositivo funciona como um alerta em tempo real: quando o paciente encosta os dentes, recebe o lembrete de relaxar, promovendo a conscientização do paciente com a simples orientação: “Você toca, você solta”. Dessa forma, o aparelho ajuda a reduzir a tensão dos músculos usados na mastigação e a controlar hábitos involuntários que prejudicam a boca. O mecanismo se baseia tanto na percepção corporal — a capacidade do corpo de identificar movimentos e posições — quanto na conscientização do próprio paciente. Segundo o pesquisador, estudos clínicos já mostraram que o uso do DIVA pode trazer reduções importantes na dor muscular da face.

Os dados fazem parte do estudo intitulado "Rapid and effective treatment of myofascial pain: A large-scale multicenter study” ("Tratamento rápido e eficaz da dor miofascial: Um estudo multicêntrico em larga escala"), conduzido por Haggiag e apresentado (na Língua Inglesa), recentemente, pelo cirurgião-dentista Pedro Miranda, no International Headache Congress (IHC). Miranda afirma que “os resultados demonstram que o tratamento com o método LIVA promoveu uma rápida e significativa redução da dor na maioria dos pacientes com dor nos músculos e nas articulações das mandíbulas. 

Segundo os pesquisadores, os protocolos padronizados de uso do DIVA preveem a utilização do dispositivo durante a vigília, ou seja, manhã, tarde e inclusive a noite enquanto acordado, e sua suspensão em casos de instabilidade mandibular. Os pacientes incluídos no estudo utilizaram a terapia DIVA isoladamente ou em combinação com outros tratamentos. Entre os resultados observados, destaca-se a redução significativa do uso de analgésicos ao longo do tempo.

Para a paciente do cirurgião-dentista Pedro Miranda, Fabiana Guimarães, de 44 anos, a experiência dela com o tratamento foi excelente. “Tenho DTM e fazia seis meses que estava passando por dias e noites de dores, à base de muito remédio, e nada resolvia. O médico que faz meu acompanhamento, me indicou Dr. Pedro, que, através da consulta, me apresentou o Diva. Foram três meses de tratamento com muita eficácia hoje não sinto dores e nem faço uso de remédios. Um excelente profissional e um tratamento rápido e eficaz”, relata.

Sobre o Congresso - O IHC (Congresso Internacional de Cefaleia) foi realizado pela primeira vez na América Latina, com a participação de especialistas em cefaleia da América do Sul e Central, bem como de neurologistas, cientistas e profissionais de Saúde e áreas afins de todo o mundo. Na ocasião, foram compartilhados conhecimento, pesquisas e experiências, além dos últimos avanços na área. "Durante o Congresso, evidenciamos a importância da inclusão do estudo da dor como disciplina obrigatória nos diversos cursos de Saúde e áreas afins, para que cada vez mais a atuação multidisciplinar se expanda e se especialize, neste sentido", compartilha o cirurgião-dentista Pedro Miranda.

Pedro Miranda é cirurgião-dentista com 30 anos de experiência, especialista em Ortodontia (aparelho fixo e aparelho estético – porcelana e alinhadores Invisalign e Uniclin), Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, tendo vasta experiência em Odontologia do Sono (Ronco e Apneia) e Bruxismo. É membro da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), da Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SBDOF) e da Comissão de Odontologia do Sono do Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO/PE). Possui certificações internacionais, com cursos em universidades de Minnesota, Colorado, nos Estados Unidos, e de Londres, na Inglaterra, nas áreas de prevenção de dor crônica, saúde e bem-estar e coaching em saúde.

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