Harmonizar vinho
com a culinária brasileira não é tarefa simples. Com sabores marcantes,
ingredientes regionais e modos de preparo únicos, muitos pratos típicos do país
desafiam até os paladares mais experientes. Pensando nisso, a Banca do Ramon, tradicional empório
brasileiro, lançou um levantamento inédito que busca aproximar duas grandes
paixões nacionais: a gastronomia regional e o universo dos vinhos.
Com curadoria do
sommelier Jamil Abdala, o estudo mapeia harmonizações ideais entre receitas
tradicionais de cada estado brasileiro e rótulos, nacionais e internacionais,
que exaltam as características de cada prato, criando combinações que
equilibram tradição e sofisticação.
Em Pernambuco, o
destaque vai para o sarapatel, receita de raiz sertaneja feita com miúdos
suínos, temperos fortes e finalizada com coentro. Intenso, aromático e
carregado de tradição, o prato encontra equilíbrio no frescor e na estrutura de
dois rótulos que surpreendem: o branco Conversa Branco, da Niepoort, e o tinto
Due Lune, um corte de Nero d’Avola e Nerello Mascalese.
Segundo o
sommelier, o branco português traz leveza e acidez para contrastar com a
densidade do prato, enquanto o tinto siciliano, com notas terrosas e taninos
bem integrados, acompanha a rusticidade do sarapatel sem sobrecarregar o
paladar.
Além de valorizar o
sarapatel como símbolo da cozinha pernambucana, o estudo reforça que a
harmonização com vinhos pode ser descomplicada e acessível, mesmo em receitas
tradicionalmente ligadas à cerveja ou cachaça.
Outras harmonizações no Nordeste revelam potência e tradição
O estudo também
percorreu outros estados do Nordeste, revelando sugestões que valorizam pratos
icônicos com rótulos bem escolhidos. Veja alguns destaques:
- * Bahia: o acarajé ganha frescor com o Chablis Domaine Hamelin, que equilibra a força do dendê e o vatapá.
- * Ceará: o sarrabulho se transforma ao lado do Casa Silva Viognier ou do tinto Coyam.
- * Paraíba: a buchada de bode vai bem com o De Loach Chardonnay e o Lazuli Cabernet Sauvignon.
- * Rio Grande do Norte: a peixada potiguar brilha com o Villa Antinori Toscana Branco ou o El Enemigo Syrah-Viognier.
- * Alagoas: o sururu de capote harmoniza com o Montes Outer Limits Sauvignon Blanc e o tinto Vallado.
- * Sergipe: a moqueca de camarão combina com o Herdade Grande Reserva e o leve Péppoli Chianti Classico.
- * Piauí: o bode assado ganha força com o Lazuli Cabernet Sauvignon.
- * Maranhão: o arroz de cuxá encontra seu par no Herdade Grande Reserva.
A análise reforça a
missão de unir tradição, cultura e inovação, mostrando que a gastronomia
brasileira é um campo fértil para experiências únicas, inclusive à mesa, com
uma taça de vinho na mão.
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