Especialista explica como a periodontite aumenta o risco de doenças.
Em 25 de outubro, é comemorado o Dia do Dentista, data que reforça o papel desse profissional nos cuidados com a saúde bucal e suas implicações para o bem-estar geral. Um aspecto fundamental, e muitas vezes desconhecido pela população, é a relação direta entre o tratamento dental e a saúde cardiovascular. Infecções gengivais, por exemplo, podem aumentar significativamente o risco de doenças cardíacas.
Segundo a cirurgiã-dentista e professora do curso de Odontologia da UNINASSAU Rio de Janeiro, Raquel Araújo, a saúde periodontal está diretamente ligada ao bom funcionamento do sistema cardiovascular. "A Federação Mundial do Coração e a Federação Europeia de Periodontia recomendam que todas as pessoas com condições cardíacas recém-diagnosticadas sejam encaminhadas para um exame periodontal como parte do tratamento," afirma.
A periodontite, por exemplo, é uma inflamação grave da gengiva capaz de levar à perda dental. Porém, também é caracterizada por efeitos sistêmicos que afetam o coração. "Pessoas com essa enfermidade têm maior disfunção endotelial - rigidez arterial aumentada e maior espessura de artérias transportadoras de sangue rico em oxigênio e nutrientes para o cérebro. Isso eleva o risco de doença coronariana em 25%," explica a especialista. Um estudo de 2007, publicado no The New England Journal of Medicine, mostrou melhora nessa disfunção após seis meses de cuidado específico, sendo possível melhorar o quadro.
Por ser considerada, muitas vezes, uma doença silenciosa, pois os sintomas mais evidentes só surgem em estágios avançados, é necessário ficar atento aos sinais. "O sangramento gengival é o primeiro a ser observado. Gengiva saudável não sangra. Dentes moles, perdas dentárias e aumento dos espaços entre os dentes também são indicativos de que o caso já progrediu. Uma avaliação regular com o dentista pode detectar o problema antes de complicações mais graves", explica Raquel.
A prevenção é simples, mas eficaz. Escovar os dentes, pelo menos, duas vezes ao dia, por dois minutos, e realizar a higiene interdental com fio dental ou escovas interdentais, assim como o uso de creme dental com flúor para redução da cárie, são práticas fundamentais. “Mantendo uma boa saúde bucal, os riscos de complicações cardiovasculares podem ser significativamente reduzidos. O tratamento periodontal adequado reduz a inflamação sistêmica e a circulação de bactérias patogênicas capazes de agravar doenças cardíacas”, relata a cirurgiã-dentista.
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