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Pesquisa nacional com educadores aponta percepção negativa em relação ao impacto da tecnologia no desenvolvimento do comportamento infantil e juvenil




Segundo o estudo da OPEE Educação, para 67% dos educadores brasileiros, as consequências da tecnologia no progresso de crianças e adolescentes é desfavorável, contra 33% que acreditam ser favorável. “O ser humano precisa descobrir a si mesmo. A tecnologia é apenas ferramenta. Utilizá-la é imprescindível, mas a ferramenta que abre novos horizontes pode ser você mesmo”. Esse é um dos depoimentos apontados no Estudo OPEE 2023 com educadores brasileiros: educando na era digital.

 

Em sua segunda edição, a pesquisa, realizada em setembro deste ano com educadores de escolas públicas e privadas, foi desenvolvida pela OPEE Educação e executada pela Mercare! Educação, com o objetivo de diagnosticar o cenário pedagógico e escolar brasileiro nos últimos 12 meses sobre essa temática.

 

O estudo, que contou com 1.746 respondentes – mais de 50% professores – de todas as regiões do país, apresenta um conteúdo expressivo sobre a percepção dos educadores em relação à era digital e como a tecnologia pode impactar na formação e no desenvolvimento dos comportamentos infantil e juvenil.

 

O uso de telas por crianças e jovens


Quando perguntados sobre o uso da tecnologia pelas crianças e pelos jovens, 97,02% dos educadores responderam que as crianças e os jovens estão usando excessivamente as telas sem acompanhamento familiar.

 

A inteligência artificial (IA) vem ganhando cada vez mais destaque nos diversos setores, inclusive no de educação. Ferramentas como o ChatGPT, chatbot de inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, respondem dúvidas, criam histórias, resolvem problemas e muito mais — tudo isso com uma linguagem semelhante à humana.

 

Nesse sentido, outro dado interessante que a pesquisa evidencia é que 43,81% dos educadores afirmam que o tema da utilização de recursos como inteligência artificial por parte dos alunos é debatido com frequência, visto que é uma preocupação em relação à aprendizagem.

 

A tecnologia facilita muitos âmbitos da nossa vida, mas quando usada com precaução: “É essencial incentivarmos a presença autêntica, treinar o foco no presente, nas pessoas, reaprender a ‘desligar’ e repousar a mente”, afirma Leo Fraiman, psicoterapeuta, palestrante internacional, escritor e autor da metodologia OPEE.

 

Tecnologia na sala de aula


A pandemia da Covid-19 acelerou muitos processos, como o maior uso da tecnologia em um momento de isolamento social, cuja alternativa foi adaptar a realidade presencial à remota. Na sala de aula, isso não foi diferente: a tecnologia ganhou ainda mais espaço.

 

Diariamente, 32,07% dos educadores relatam utilizar a tecnologia em sala de aula. E essa frequência é justificada por 48,40% dos profissionais devido à disponibilidade de recursos tecnológicos da escola. Já em relação ao uso de celulares e de tablets nas salas de aula, 45,59% dos educadores permitem, mas estabelecem uma aplicação consciente.

 

“A OPEE considera que há ganhos sim no uso da tecnologia, mas considerando o dado de que o Brasil tem sido um dos países cuja população fica mais tempo diante de telas por dia, precisamos urgentemente entender que se ‘em terra de cego quem tem olho é rei’, como diz o ditado, em tempos de tecnologia, quem tem humanidade se torna soberano sobre seu destino”, explica Silvana Pepe, diretora-geral da OPEE Educação.

 

Bullying e tecnologia


A pesquisa revela, de forma ampla, que os educadores consideram que os impactos da tecnologia no desenvolvimento do comportamento infantil e juvenil são mais negativos (67%) do que positivos (33%). Dentre as grandes consequências desfavoráveis, estão a redução da interação e da convivência entre os pares (30,20%) e a dificuldade de concentração e foco (29,86%). Já os impactos positivos de destaque são a facilitação do aprendizado (44,68%) e o melhor rendimento escolar (22,70%).

 

Vale também destacar que para 80,87% dos educadores, o bullying e o cyberbullying são práticas favorecidas pela tecnologia. Essas práticas violentas vêm ganhando amplitude no país, como mostra o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou que um em cada dez estudantes sofre com o cyberbullying, marcado por ofensas praticadas pela internet.

 

“Educação em tempos digitais não é sobre vigiar, punir ou controlar, apenas. Educar nestes tempos é sobre cuidar, amar e proteger nossas crianças e jovens para que, a partir de relações humanas saudáveis e equilibradas, cresçam de forma integral e integrada”, afirma Pepe.

 

Motivação do educador


Na primeira edição do estudo, em 2022, a avaliação média de motivação dos educadores em relação à própria carreira foi de 7,7. Já na pesquisa deste ano, o índice caiu, chegando aos 7,4. Dentre os grandes estímulos dos educadores estão: propósito e impacto gerados (46,79%), gosto pelo que é feito (35,85%), competência (12,08%) e garantia do sustento (5,27%).

 

Em resumo, a maioria dos educadores brasileiros é movida pela paixão. O propósito e o impacto da educação na vida de crianças e jovens ao redor do país é o que os mantêm na profissão.

 

“Evidências robustas têm nos ensinado que, em uma era digital, o ser humano se torna o grande diferencial na educação. Ironicamente quando tantos correm atrás de telas e de tecnologias, muitas vezes às cegas ou com parcas evidências científicas de sua eficácia, isso não necessariamente se reflete em uma melhor performance dos estudantes”, explica Pepe.

 

Dados objetivos da pesquisa


Estudo OPEE 2023 com educadores brasileiros: educando na era digital foi conduzido com profissionais da educação com mais de 24 anos (com prevalência da faixa entre 35 e 44 anos – 35,97%) e das cinco regiões do país (com o estado de São Paulo representando a maior fatia – 34,48%).

 

O público feminino representa 86,54% dos respondentes da pesquisa e os educadores de escolas privadas são maioria, com 78,58%. A maioria dos educadores, representando 38,60%, está na profissão há mais de 21 anos. Já em relação aos cargos ocupados, 29,32% são professores especialistas, 28,18% são professores polivalentes e 16,61% coordenadores.

 

As escolas com um número de alunos entre 201 e 500 se destacam, representando 36,08%, e o ensino fundamental nos anos iniciais é a grande área de atuação entre os educadores, equivalendo a 56,19%. No que diz respeito à metodologia OPEE, 47,65% dos educadores respondentes atuam com ela.

 

OPEE Educação


A OPEE Educação trabalha com projetos educacionais que abrangem toda a Educação Básica, Organizações Não-Governamentais e ambientes corporativos. O foco principal da instituição é contribuir para a construção de projetos de vida sustentáveis e colaborativos e da atitude empreendedora por meio de três linhas de atuação: Metodologia OPEE, formada por coleções de livros que vão desde a Educação Infantil até o Ensino Médio; Educa OPEE, com foco em cursos EAD para democratizar o processo de aprendizagem; e Escola Para Pais, com conteúdos digitais que visam orientar e trazer reflexões para as famílias no que se refere à educação de crianças e adolescentes. 

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