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Projeto inédito incentiva empreendedorismo entre jovens de comunidades ciganas


O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (8) trouxe a aprovação do Acordo de Cooperação nº 1/2022 que implementa o Projeto Juventude Cigana em comunidades brasileiras. A iniciativa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), com execução da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) e da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR), conta com a parceria da Junior Achievement Brasil para disponibilizar capacitação nas áreas de empreendedorismo, educação financeira e preparação para o mercado de trabalho para jovens ciganos com idade entre 14 e 29 anos. 

“As políticas públicas trabalham pela evolução e pelo fortalecimento do protagonismo dos jovens. Essa oportunidade, inserida no contexto dos povos ciganos, abrange não somente o jovem em si, mas toda a comunidade da qual ele faz parte. A valorização da cultura pelo empreendedorismo se torna uma das mais potentes formas de dar visibilidade para essa população. Estamos empolgados e certos de que teremos excelentes resultados”, comemora a secretária nacional de Juventude, Luana Machado, titular da área responsável por articular e promover as ações necessárias para execução da parceria.

Com vigência de 12 meses e possibilidade de prorrogação, o acordo beneficiará jovens de povoações ciganas de todo o território nacional, de acordo com o interesse da comunidade e da disponibilidade da organização parceira. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 301 municípios localizados em 21 estados contavam com a presença de acampamento ou rancho cigano. As unidades federativas com maior concentração de acampamentos ciganos são Minas Gerais (70), Goiás (32) e Bahia (30). 

Outros dados

De acordo com os dados do Cadastro Único, o Brasil tem 29.062 pessoas ciganas, 24.995 famílias (referência de novembro de 2021), sendo 6.644 pessoas ciganas entre 16 e 34 anos. É importante ressaltar que o levantamento do Cadastro Único não representa os dados reais do quantitativo populacional, por tratar-se de um cadastro voltado a beneficiários de programas e benefícios sociais governamentais. 

As associações e as instituições voltadas à população cigana estimaram, em 2014, que havia em torno de meio milhão de ciganos no país, conforme o Guia de Políticas para Ciganos – Brasil Cigano. Levantamento realizado em fevereiro de 2021 pela SNPIR sobre os dados do Cadastro Único diagnosticou a presença de povos ciganos em 1.626 municípios brasileiros.

O povo cigano brasileiro

Apesar do primeiro registro oficial da chegada no Brasil datar de 1574, no período colonial, os ciganos são um grupo ainda pouco conhecido. Mesmo que se façam presentes há tantos séculos em território brasileiro, pouco se escuta sobre essa população. As origens dos povos ciganos são, ainda hoje, objeto de estudo. 

Há presença de pelo menos três etnias ciganas no país: Calon, Rom e Sinti. Cada uma dessas etnias têm línguas, culturas e costumes próprios. Os Rom brasileiros pertencem principalmente aos subgrupos Kalderash, Machwaia e Rudari, originários da Romênia; aos Horahané, oriundos da Turquia, e da Grécia, os Lovara. Rom se juntaram aos Calon, com grande expressão em todo território nacional, oriundos da Espanha e Portugal. Os Sinti chegaram no país principalmente após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, vindos da Alemanha e da França. 

Em referência à forma de vida, os grupos podem ser considerados como nômades, que migram em busca de nichos econômicos para venda de seus produtos e serviços; seminômades, que partem de uma base residencial temporária e percorrem caminhos habituais em tendas ou hotéis; e sedentários, que têm residência fixa, mas viajam frequentemente para comércio autônomo.

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